LÁGRIMAS TURVAS
(1962)
J-I
À noite tu contemplas calmamente
o majestoso luar encanecido
da lua, que desliza docemente,
no céu eternamente adormecido.
(1962)
J-I
À noite tu contemplas calmamente
o majestoso luar encanecido
da lua, que desliza docemente,
no céu eternamente adormecido.
(Escrita em 1969, aos 24 anos. A moça era de Ijuí, RS.).
J-VII
Na tristeza da tarde que se esvai,
e morre, num longo suspiro,
eu me sinto triste...
E com meus olhos lacrimejados,
num soluço de dor,
Vejo minha imagem refletida
nos restos de uma flor,
que jaz,
ao chão caída...
(30/06/1977)
J-XII
O jovem vagueou, às tontas,
pelos caminhos do mundo,
em busca de afeto,
em busca de carinho,
14/05/1980
A-01
A folha seca desprendeu-se
da árvore frondosa
e caiu,
solitária,
no orvalho da grama pisada...
AGOSTO 2012
A-389
De repente o mundo que o eremita via
mudou de cor.
De repente, o carro que subia,
começou a descer.
(27/04/13)
A-35
O silêncio da tarde me fascina,
o silêncio da tarde me domina,
me desatina,
me enche de alegria,
me enche de unção,
me cobre de afeição,
me faz vibrar!
(11/07/14)
A-111
Insônia.
O silêncio da madrugada
dói-me nos ouvidos.
O barulho dos meus pensamentos
dói-me no meu coração!
(15/02/15)
A-155
Águas passadas
não movem moinho;
filhotes já com asas
não voltam ao seu ninho;
mas eu insisto em pensar
no que me fez chorar...
(01/09/15)
A-209
O vento que me acaricia a face
leva consigo minhas tensões...
Sinto-me caminhando nas nuvens,
Deus me envolve totalmente.
17/04/16
A-270
(Para ouvir essa música clique aqui: Meditação, de Thaís. Eu não encontrei para órgão).
O som do órgão maravilhoso,
tocando “meditação”, na tardinha,
levava-me ao Senhor tão bondoso,
na minha natal cidadezinha.
13/10/16
(de alguém que voltou a ser católico)
A-327
As lágrimas da sua face
são de plena alegria!
Finalmente um desenlace
o faz voltar à Maria!
(01/01/2028)
A-360
A solidão deprime,
reprime a Consolação...
A solidão devassa,
arrasa o coração...
02/10/2011
C-03
Seu carretel de costura
Eu amarrei com ele os meus sonhos
e o joguei ao mar.
10/02/2013
C-28
Fui indo por um caminho,
encontrei uma jararaca.
Fui ver quem ela era,
Era aquela minha vizinha tão chata!
30/03/14
C-93
O ET se aproximou
fez gesto de amizade
e se comunicou.
Mostrou fraternidade
e o seu tradutor ligou.
Pediu-me, então, que eu pedisse
no mundo, mais amor,
pois pensou que aqui só existisse
o ódio, a ambição, o rancor.
(24/05/14)
C-104
Com agulha e linha do amor,
fiz uma colcha de retalhos...
Dos infortúnios do desamor
que fiz, ou recebi, nos meus trabalhos!
(01/11/2014)
C-135
Você, um carro na garagem,
mais caro que a mansão...
eu, uma bike bem usada
mais barata que seu portão!
(15/03/15)
C-166
Amigo, eu vou te falar
como é bom saber viver,
sem muito querer,
sem muito sonhar,
respeitar o envelhecer!
06/05/2015
B-134
Uma coisa eu te digo,
pois seu teu amigo!
Deixe de aplaudir
o teu próprio umbigo!
24/07/15
C-199
Na cela do claustro, sem vela,
tu usas a luz do sol,
que entra pela janela,
iluminando qual farol!
23/11/15-
C-233
Tarde triste, nublada,
mas eu estou feliz!
Alegria controlada,
atitudes gentis!
10/04/16
C-269
Eu me lembro dançar esta valsa
na alegria dos tempos de outrora;
deslizávamos qual uma balsa,
no salão, quase até a linda aurora.
27/08/16
C-304
Entre plumas e paetês
vai a bailarina dançando;
como golpes de karatê
seus braços vão balançando...
01/03/2017
C-348
A mansão assombrada,
silente na escuridão da noite,
arrepia-se, abandonada,
com o vento frio, verdadeiro açoite.
D-02-
(PRIMEIRA VERSÃO)31/05/1977
Ele era um operário,
mãos calejadas,
sorriso forçado,
semblante de fome,
alma angustiada,
mãos que se feriam,
em todos os espinhos da vida,
para dar o lucro
ao patrão ganancioso.
04/12/2011
D-12-A
Um fogão a lenha,
Numa cabana isolada,
Por um lago moldada,
Entre árvores e matas.
10/02/2013
D-27
As flores do vaso murcharam,
como as vidas daquelas pessoas.
O sol se pôs no horizonte,
como nos horizontes de suas vidas.
12/02/14
D-71
Flores brotaram
no jardim de minha vida.
Eram tristes e choravam
as esperanças perdidas.
(21/06/14)
D-107
O Saara escaldante
queria-me itinerante,
numa caminhada sem fim!
14/11/2014
D-141
Quando a chuva cai,
minha alma se retrai,
eu saio de mim mesmo,
das coisas que me cercam,
dos problemas que me apertam,
da labuta que me cansa!
(28/02/15)
(anos 70)
D-162
Quatro vezes o escalei,
quatro vezes o amei!
Subida difícil e trabalhosa,
perigosa, mas cheia de encanto!
A cada canto, um desafio,
no desafio, uma paz saborosa!
(11/09/15)
D-210
As pedras do caminho
não podem me deter,
nunca me encontra sozinho,
com Deus vou sempre vencer
29/11/15-
D-235
Maré alta, maré baixa,
ondas que vão e que vêm,
dentro ou fora da faixa,
sobem e descem ou se detêm!
22/05/16
D-276
Águas tranquilas, cachoeira fara,
em tudo se farta o meu coração!
Céu de verão, limpo e azulado,
estou isolado, tudo é canção!