terça-feira, 30 de julho de 2013

POESIAS –PESSOAS, CONTATOS, TRABALHOS 05

 

PRIORIDADES

(01/11/2014)

C-135 

Você, um carro na garagem,

mais caro que a mansão...

eu, uma bike bem usada

mais barata que seu portão!

 

Você, um banheiro suntuoso

maior que o meu quarto!

Eu, banheirinho tão diminuto

que de angústia me deixa farto!

 

Você, piscina majestosa,

num jardim bem guarnecido!

Eu, piscininha de plástico,

que me deixa aborrecido!

 

Você, caviar com torradas,

uísque escocês envelhecido!

Eu, meu pão com margarina,

meu café com leite amanhecido!

 

Você, viagens europeias,

visitas a Paris, à cidadela!

Eu, romaria a Aparecida,

e pão com mortadela!

 

Que diferença de vida,

entre eu e você, tão nobre!

Quanta riqueza escondida

nos simples costumes dos pobres!

 

Prioridades...

quais delas nos levam à felicidade?

Eu, feliz!

Você... O que me diz?

 

A QUERMESSE

(05/10/2014)

  C-138

O sino bateu,

a capela se encheu,

o povo chegou.

O padre, sorrindo,

deu a todos “

bem-vindos”,

a alegria lhe tomou.

O canto começou,

o povo rezou,

ouviu e chorou.

 

A missa terminada,

alegria da criançada,

a quermesse começou.

O leilão deu bastante,

com gente importante,

a disputa não parou.

A hora chegou,

tudo terminou,

a festa findou.

 

“Seu” Vigário, cansado,

foi pra cama, coitado,

seu banho tomou,

a Deus agradeceu,

pois tantas graças lhe deu!

E em seus braços,

feliz,

repousou.

 

FAXINA

(05/01/15) 

C-147

Hoje

fiz o mesmo que ontem!

Amanhã,

farei o mesmo que sempre,

até que de mim

meus chefes se lembrem,

me apoiem,

 me promovam!

 

As mulheres,

 que olfato privilegiado!

Sentem odores

que nós homens não sentimos!

E muitas vezes

 repito a faxina,

repito minha sina,

até que meus braços aguentem!

 

Deus é meu amigo,

se lembra de mim,

mas me quer assim,

Ele é meu abrigo!

 

No entanto,

passam-se os dias,

as noites quentes e as noites frias,

e continuo na mesma!

  A dona de casa

faz o que faço,

e muito mais ainda!

 O serviço não finda,

arrasa a alma,

bitola a mente,

se a gente não sente

 que é por Deus que se o faz,

que a Deus isso apraz,

é algo próprio da gente,

nos torna indulgentes

com tudo o mais!

 

Hoje

fiz o mesmo que ontem!

Amanhã,

farei o mesmo que sempre,

até que Deus não aguente

receber a mesma oferenda

e aí me contemple...

...com a eterna liberdade!

O OPERÁRIO DA MESSE

(18/01/15)

  C-148

Calor intenso,

amor imenso,

tudo se avizinha:

a messe é grande,

e para que ela ande,

nada de atitude mesquinha!

 

Os operários são poucos,

e um tanto “loucos”,

buscam a salvação...

Cuidam da messe,

aquele até se esquece

de sua situação:

muralhas o cercam,

laços o apertam

no seu coração.

 

Embora limitado,

fala do “Senhor bem amado”,

Jesus é a sua pregação!

 

Perdidos o encontram,

 pecados lhe contam,

se rendem ao Senhor!

O “operário” de Jesus

leva a sua cruz,

enche o mundo de amor!

 

Calor intenso,

deserto imenso

se faz ao seu redor.

O “operário” cansado,

contempla o crucificado,

seu amor maior.

 

O dia findou,

tudo acabou,

o cotidiano reaparece!

Em seu leito estendido,

já quase adormecido,

o “operário” agradece!

 

SURSUM CORDA!

(28/02/15)

C-163

(Homenagem a D. Meire – Mary Dora D’Arienzo Favoretto)

 

Dona Meire chegou!

A tristeza acabou!

A feiura deu lugar

à beleza salutar!

 

Professora de desenho,

uma faixa me pediu:

“Escreva nela, com empenho,

‘Sursum Corda’, e traduziu:

‘Para o alto os corações!’”

 

Com Libertad Lamarque se parecia,

sempre sorrindo ensinava.

Apenas lhe entristecia

a mente fria e malvada.

 

“Sursum Corda”.

A Deus tenhamos,

para o alto, os corações!

A preguiça vençamos!

Seja para Deus nossas ações!”

 

Dona Meire, que saudade!

Não me esqueço da senhora!

Sob um carro, que fatalidade,

chegou sua última hora!

 

No hospital, em agonia,

pediu à filha amada,

que sua fisionomia

deveria estar maquiada.

 

No caixão, tão bonita,

maquiagem caprichada,

a vida tão bendita

deixou nossa professora,

de muito precursora.

 

“Sursum Corda”! – Deus lhe disse,

e tomou seu coração.

Sua arte, sem “mesmice”,

foi também sua oração!

 

AMIZADE

(15/03/15)

(Homenagem a M. H. S. de Sena)

C-165

Teu claro sorriso e aperto de mão

Tiraram as farpas do meu coração.

As horas passadas contigo ao meu lado,

mostraram-me às claras

quão bom ser amado!

 

Amiga, eu lhe digo: difícil é viver

sozinho e cansado,

sem muito querer,

sem ninguém que me ouça,

me escute falar,

que anime e conduza

este meu caminhar!

 

Consagrada amiga,

esta nossa amizade,

é sinal sagrado

de real caridade,

testemunho santo

de um amor fraterno,

neste mundo insano,

santa Luz do eterno!

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