terça-feira, 30 de julho de 2013

POESIAS –PESSOAS, CONTATOS, TRABALHOS 06

 

AMIGO!

(15/03/15)

C-166

Amigo, eu vou te falar

como é bom saber viver,

sem muito querer,

sem muito sonhar,

respeitar o envelhecer!

 

Esta floresta que me cerca

fala-me do amor de alguém que a fez,

faz-me permanecer sempre alerta

de agradecer, vez por vez!

 

Com Cristo unidos venceremos

o caminhar de nossa vida!

Com ele sempre viveremos

a esperança nunca perdida!

 

Mais uma coisa eu te digo:

encontre sempre em teu coração

o necessitado, um abrigo,

o solitário, um amigo,

e todo o mundo, uma oração!



AS PESSOAS E O SACRÁRIO

(15/03/15)

C-167

Estas pessoas que me cercam

nas ruas frias da cidade,

nem sempre erram,

nem sempre acertam,

são todas elas frutos da sociedade.

 

Eu me coloco no meio delas,

e me esforço por acertar!

São frutas feias, são frutas belas,

as que eu tenho no meu pomar!

 

Num só instante, se eu paro e penso,

sou apertado, atropelado,

e o horror se torna intenso,

sei que não posso ficar parado!

Sou multidão! Não posso pensar!

 

Quando sozinho, numa capela,

finalmente posso eu ficar,

a tênue luz da arandela

convida-me insistente a rezar.

 

Ali no sacrário meu coração para,

o mundo se esquece de girar!

O meu amor por ti, Senhor, dispara,

como é saudável poder te amar!

 

O PADRE TRAPALHÃO

(09/04/15)

C-170

Aquele padre é bondoso,

paciente e dedicado,

mas muitas vezes, nervoso,

fica muito atrapalhado.

 

Certo dia, tarde fria,

o lugar todo lotado,

aspergiu (benzeu) o povo, com alegria,

mas com o microfone,

que ficou ensopado!

 

Aconteceu noutro dia

que ao aspergir (benzer) a multidão,

do asperges, a bola de metal,

despregou-se com o safanão,

acertou a cabeça de um cristão,

num “tiro” quase letal!

 

Noutro dia,

na sacristia da capela

uma piada contou,

na igreja todos a ouviram,

pois o padre não desligou

o microfone da lapela!

 

Na confissão dormiu,

e o pecador, nada ouvindo,

dali saiu,

achando-se perdoado,

deixando o padre dormindo sossegado,

após haver confessado

que roubara, no passado,

o pilão da chácara vizinha.

 

Uma penitente chegou,

e, se ajoelhando, contou

que vivia tão sozinha,

pois seu marido, alguém lhe roubou.

 

O padre, acordando assustado,

então lhe perguntou:

“Era velho o pilão roubado”?

 

O RETRATO NA PAREDE

(11/04/15)

C-172

Eu caminhava. Uma vila, parei.

Sol a pino. Uma capela,

casas simples, vielas.

 

Um cemitério antigo,

sem muros, abandonado,

um telhado amigo

no túmulo em forma de abrigo,

que do sol me protegeu.

 

Entrei, me acolhi,

deitei no chão, fiquei grato!

Foi então que na parede vi

de um velho casal, o retrato.

 

Pose. Orgulho. Vaidade!

Narizes “empinados”.

Sob o quadro se lia: “Saudade”.

Um coveiro, cara de cansado,

passou. Parou. “Por bondade,

quem são os dois desse quadro?”

 

Não tinha ideia, não sabia.

Mesmo aparentando riqueza,

nada sobre eles havia,

nem feiura, nem beleza,

só a inscrição, na lousa fria.

 

Eu fazia um dia de deserto.

Naquele retrato, “ganhei meu dia!”

Caxias do Sul, bairro incerto.

Era a mensagem que eu queria!

 

Quantos risos, quantas lágrimas!

Quantas brigas, discussões!

Filhos, netos, tantas lástimas,

quantas lutas e ilusões!

 

Depois de uma vida assim,

de apegos, de vaidade, de fome, de sede,

previ o que restará de mim:

apenas um retrato na parede!

 

MINHA NOVA CHEFE

(ou: “Que cafezinho gostoso!”)

(12/04/15)

C-173

  Sempre atenta, sempre amiga,

longe de qualquer intriga,

me honra com um cafezinho!

 

Embora chefe do “pedaço”,

não faz estardalhaço,

me trata com carinho!

 

Eu, faxineiro, “pé-de-chinelo”,

não tenho outro anelo

que o de trabalhar “sem espinhos”!

 

O cafezinho me esquenta,

me anima e me contenta,

não me deixa ficar mesquinho!

 

Sempre humilde e sorridente,

a chefinha, sempre presente,

não sai desse caminho!

 

Sem orgulho e sem vaidade,

sempre cheia de bondade,

ô abençoado cafezinho!

 

AS PEDRAS DO CAMINHO

(06/05/15)

C-181

As pedras do caminho

distraem minha atenção;

mesmo andando sozinho

partilho meu coração

 

São vozes que clamam,

que pedem por socorro.

São pessoas que me chamam,

por elas eu recorro!

 

São pedras em meu caminho,

com que faço a construção

do meu futuro cantinho

no reino da salvação!

 

O caminho do céu é pedregoso,

exige toda a atenção!

O do egoísmo é até gostoso,

mas nos leva à perdição!

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