O SILÊNCIO DA TARDE
(27/04/13)
A-35
O silêncio da tarde me fascina,
o silêncio da tarde me domina,
me desatina,
me enche de alegria,
me enche de unção,
me cobre de afeição,
me faz vibrar!
O silêncio da tarde me trai!
Ele me faz revelar tudo o que eu sinto,
tudo o que vai dentro de mim...
O silêncio da tarde me encanta,
pois a beleza é tanta!
Faz-me pensar,
faz-me lembrar
tudo o que passou,
tudo o que me feriu,
amigos e amigas que partiram,
sonhos e desejos que fugiram,
"trancos e barrancos" vencidos,
limites e cercas assumidos,
ofensas esquecidas,
mágoas tornadas perdão!
O silêncio da tarde é quebrado
pelo ruído do sol se escondendo,
pelas estrelas aparecendo,
pelo frio que começa...
O silêncio da tarde findou!
Deu lugar à noite,
noite gostosa e também silenciosa,
silêncio apenas quebrado
pelo vento frio e constante
assobiando nas frestas,
dando ares de deserto!
O silêncio da noite é fatal!
Junto os pedaços do meu coração,
esparramados pelo chão,
e os recoloco no meu peito.
Saio do silêncio da noite,
entro no silêncio gostoso
da solidão!
SILÊNCIO
- 19/07/2013
A-43
O sussurro do silêncio me chama...
A paz da quietude me atrai!
Entre os atropelos do mundo me aquieto,
nas sendas da noite me abrigo!
Afasto meu interior das vozes,
retiro-me das palavras,
Retraio-me dos hediondos decibéis
que invadem meus ouvidos.
O barulho me afoga,
me inunda,
mas eu me violento e me abstraio,
saio de mim mesmo,
saio do ruído externo,
e coloco-me no silêncio do infinito!
LEMBRANÇAS -
27/07/2013
A-44
As lembranças congestionam minha mente!
Elas pululam como os peixinhos na água rasa,
Elas se mostram tristes ou alegres,
agradáveis ou doloridas,
todas me abstraem do aqui e do agora,
e me levam
a outros lugares e ao ontem...
Algumas delas são como nuvens passageiras,
correm ligeiras e não voltam mais...
Outras, são como tempestades de verão,
que ficam por pouco tempo,
mas me estraçalham...
Finalmente, há outras que,
docemente,
vão se instalando,
me enlevando,
e me conduzem
ao delicioso sabor
de um "quero mais"!
Lembranças de outrora,
lembranças de ontem,
que amanhã voltarão.
Mas...
Será que o meu hoje
será lembrança depois?
O DIA FINDOU -
29/09/13
A-52
Mais um dia que finda,
e eu me vejo, ainda,
neste mundo de ilusões!
Meu ombro ainda está molhado
pelas lágrimas derramadas
pelos que nele choraram!
Meu coração ainda está apertado
por tantos problemas contados,
por tantas vidas frustradas...
Ao escrever estes versos,
alguém me interrompeu
e o meu ombro,
já quase seco,
novamente se molhou.
Estou novamente só!
Na minha garganta, um nó
que me impede de chorar,
de sorrir,
de sofrer,
de me alegrar,
de fazer qualquer coisa.
Sinto-me inerte
e impossibilitado de agir.
Olho para o céu,
o dia todo nublado,
acinzentado,
chateado,
chateante,
pedante,
e também me sinto assim!
Amigo (a),
se você chegou até este verso,
neste mundo tão perverso,
faça como eu!
Desligue o computador,
e vá dormir!
ESCURIDÃO
16/02/14
A-77
Noite escura, sem estrelas,
Nada se enxerga,
nada se define,
tudo se confunde!
Após um sono saudável
acordo num novo dia,
abro a janela,
sinto o sol em meu rosto.
Dentro de mim, entretanto,
a escuridão continua!
TÉDIO
23/02/14
A-79
Estou sozinho;
o tédio se avizinha.
A mente minha
por espinhos se envereda.
As horas não passam,
o relógio pára,
os pensamentos doem.
Eles se destroem,
se corroem
e escolhem as mesmas rimas,
das mais simples às mais tortas,
pois tudo é mais difícil,
quando o tédio tranca as portas....
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