sexta-feira, 30 de agosto de 2013

POESIAS - SAUDADE, SOLIDÃO, SILÊNCIO 08

 

ALEGRIA DO REGRESSO

13/10/16

(de alguém que voltou a ser católico)

A-327

As lágrimas da sua face

são de plena alegria!

Finalmente um desenlace

o faz voltar à Maria!

 

Foram tantos anos ausente

da romana e santa religião.

Agora ele se faz presente

tanto de alma como de coração!

 

Quanta saudade da Mãe de Deus,

Quantas lembranças tão queridas!

Na infância dos anos seus,

Ela lhe dava muita guarida!

 

Por puro e imbecil orgulho,

por falta de compreensão,

em Lutero deu um mergulho,

magoou o Imaculado Coração!

 

A Mãezinha o recebe voltando

ao berço de sua alegria.

Seu coração está gritando:

“Sois minha mãe, ó Maria”!



O PESADO SILÊNCIO

23/10/16

A-329

O silêncio é pesado e dolorido,

até hoje o porquê não sei!

É sempre desprezado, preterido,

confesso que nem sempre o amei.

 

Foucauld, na solidão do Saara,

no silêncio encontrava Deus!

No silêncio que me agride e me pára

Às vezes só encontro os ruídos meus!

 

Na solidão desta manhã agradável

busquei silenciar meus ruídos,

procurei encontrar meu Deus amável,

mas permaneci nos meus próprios zumbidos!

 

Esta poesia saiu de improviso

quando eu tentava me silenciar...

As palavras me atacaram sem aviso,

perdoem-me! Vou tentar me calar!



AMIGOS QUE PARTEM

(Sobre o G.M.A.)

26/10/16

A-332

Amigos que partem deixam saudade,

amigos que morrem deixam muito mais!

Tenho um amigo esmerado na bondade,

deixou o mal há muito tempo atrás.

 

Hoje nos despedimos, lágrimas na face,

está desenganado, logo vai morrer.

Antes que se dê o triste desenlace,

não mais nos veremos, enquanto ele viver!

 

Apenas no céu nos encontraremos,

daqui a dez ou vinte anos? Não sei!

Apenas sei que cremos no Deus supremo,

nenhum outro valor no mundo eu encontrei.

 

Adeus, querido amigo!

A ti, muito obrigado!

Só em Deus se encontra abrigo

para o coração estraçalhado!

(ele faleceu em 08/11/16).



TARDE PACHORRENTA

11/12/16

A-345

A tarde, cansada e pachorrenta,

é a própria imagem do meu coração!

De Deus minha alma está sedenta,

simplesmente olho as nuvens, sem outra ação.

 

O dia foi pesado e aborrecido,

muitas coisas pediam minha atenção.

Diante de Deus me sinto fortalecido,

quero curtir esta hora de solidão.

 

O silêncio me transporta ao paraíso,

a tarde sisuda me leva a Jesus!

Quando ele vem sem qualquer aviso,

plenifico-me todo com sua luz.

 

Quando ele se oculta eu me sinto carente,

busco a Palavra nas Santas Escrituras,

pois mesmo quando ele parece ausente,

permanece no íntimo das criaturas.

 

Peço ao Senhor, sem nunca me cansar,

que nunca me prive de sua presença!

Que ele me faça sempre o amar,

que nunca me atinja a indiferença! 



NO BANCO DA PRAÇA

07/08/17

A-354

Gente apressada,

dia calmo, céu limpo,

dependência pública lotada,

espero minha carona.

 

Por longo tempo esperando,

 nada a fazer, apenas contemplo!

Quanta coisa estou deixando!

Pra estar à toa nunca acho tempo!

 

O pior de tudo é que eu estou gostando!

A natureza, temperatura amena,

tudo está colaborando!

Aqui minha vida parece tão serena!

 

 Corremos demais!

Nos ocupamos demais!

Nunca ficamos à toa

para contemplar o nada!

 Nossa, que coisa boa!



O COPO DE CERVEJA

19/12/17

A-359

Um copo simples,

cerveja espumada,

copo suado,

duas lágrimas solitárias

descendo pela face que o segura...

 

A frágil mesinha,

sustentando seus cotovelos,

também sustenta sua tristeza...

 

Suas mãos,

espalmando seu rosto,

sentem o leve tremor

causado pelo pranto contido.

 

Despedida...

saudade antecipada,

memórias vivas do passado,

que agora termina.

 

O futuro se descortina,

mas é um imenso vazio!

É uma tela branca,

nela nada se vê...

Apenas algumas nuvens,

de chuva ou de poluição?

Ainda não se vislumbra...

 

Apenas uma esperança,

uma réstia de luz,

uma suave melodia

no silêncio do nada.

 

O copo de cerveja já está vazio,

o momento de ilusão terminou,

esse momento de paz

quão pouco durou!

 

Ele já se foi.

A mesinha, ainda tristonha,

é despojada de seus adereços,

se esvazia,

e nada mais lembra

da triste agonia

que há pouco presenciou.

 

Um copo de cerveja,

em cima da mesa,

não é uma certeza,

mas pode sugerir a solução!

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