sexta-feira, 30 de agosto de 2013

POESIAS - SAUDADE, SOLIDÃO, SILÊNCIO 04

 

SILÊNCIO DA INSÔNIA

(11/07/14)

A-111

Insônia.

O silêncio da madrugada

dói-me nos ouvidos.

O barulho dos meus pensamentos

dói-me no meu coração!

 

DESLIGO TUDO

(11/07/14) 

A-112

Desligo o rádio,

a tevê,

o computador,

desligo o fogão,

o mundo,

 o ventilador!

 

Desligo o telefone fixo,

o celular,

a campainha,

o despertador!

 

Duas coisas, entretanto,

permanecem ligadas:

o meu incessante pensamento

e o meu grande amor por você,

N.!

(põe o nome da pessoa. Na poesia original, pus o nome de Jesus).

 

SAUDADES DE TI, MÃE!

31/08/14

A-124

As horas passam lentamente,

as lembranças rapidamente.

O trem que te levava

parou na estação.

Catorze anos atrás,

parou lá meu coração,

meu amor mais veraz!

 

Mãe, o teu trem parou!

O meu continuou,

às vezes descarrilando,

às vezes quase parando,

que saudades!

 

Teu afeto materno,

 semelhante ao do Eterno,

cobria os meus pés

nos dias de inverno,

no sofá da sala,

quando eu te visitava.

 

Tua lembrança persiste,

parada no tempo, no espaço;

o meu coração resiste

às intempéries do tempo.

Quanto tenho a relembrar!

Mar só uma tem lugar!

Por tuas mãos envelhecidas,

o cobertor colocado,

nas minhas pernas estendidas,

no sofá daquele lar,

lar tão amado!

 

A TRAVESSIA

20/10/2014

A-130 

Mão na mão,

coração com coração,

atravessei a rua

com minha mãe querida!

 

Os carros, parados,

esperavam, ansiosos,

que acabássemos a travessia,

e eu, orgulhoso como qual,

importante me sentia.

 

Os anos passaram,

minha mão (MÃO) está sozinha,

não tem mais em que se amparar!

Os carros não mais param

em respeito à minha mãezinha,

não consigo atravessar!

 

Quando tudo parecia perdido,

os carros não paravam,

as mentes me zombavam,

os cães me latiam,

 grunhindo sarcasmos,

descobri no meu bolso

um apito antigo

presenteado pela mamãe,

para eu usar na solidão:

 nele estava escrito:

“Recorra à oração!”

Apitei!

Os carros pararam.

Eu passei!

 

MINHA SOLIDÃO

23/10/2014

A-133

Amigos!

Minha solidão,

eu a busco

não por misantropia,

não por utopia!

Eu a busco, creiam todos,

para encontrar-me com Deus!

 

Amigos de meu bem-querer,

a solidão que eu procuro

não é, como diz Epicuro,

a busca do prazer!

 

A solidão desejada

não é a simplesmente amada,

não é solidão forçada,

mas a procurada por amor!

 

Sozinho com Deus,

coloco-me em suas mãos

com toda a disposição

de fazer o que Ele quer!

 

Sinceramente eu lhes digo,

minha amiga, meu amigo,

Deus “fala” comigo

e pede-me o meu coração!

 

Eu sei, entretanto,

que o meu coração,

por Ele desejado,

não é um coração isolado,

um coração egoísta.

 

Deus deseja um coração

que não venha sozinho,

mas com as flores e os espinhos

dos corações que eu amo!

 

Na solidão de minha cela

sinto os raios e a procela

que vejo, no mar da vida,

do amor nela inserida

que dou e recebo dos irmãos.

 

Solidão não é uma fuga,

nem corrida para o pódio,

não é gana, não é ódio.

A verdadeira solidão

é uma tática do coração,

uma pausa na escuridão,

para que a luz divina do amor

aos amigos e inimigos

possa brilhar na imensidão!

 

A CASTIDADE

06/11/2014

A-136

Lírios, sim,

mas plantados, um a um,

num canteiro de espinhos!

Lírios, sim,

mas envoltos, um a um,

num laço de carinho!

 

Às vezes me pergunto:

“Por que escolhi esse caminho?”

 

Às vezes me dizem

que vivo em louco destino!

A pureza dos lírios

sobe até o paraíso!

A rudeza dos espinhos

às vezes me rouba o sorriso!

 

A paz que me envolve sobremaneira,

a simplicidade que me chega sorrateira,

como o dia radiante,

após a noite hesitante!

 

Artigos em profusão

atacam essa virtude!

Não conhecem a unção,

a alegria, a beleza, a atitude

da pureza de coração!

 

A brisa roça no meu rosto,

no sol quase posto.

Ergo aos céus minha alma,

sinto em mim muita calma,

agradeço a Jesus

tanta paz,

tanta luz!

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