quinta-feira, 30 de maio de 2013

POESIAS - NATUREZA 05

 

SAARA, 2000

(21/06/14)

D-107

 O Saara escaldante

queria-me itinerante,

numa caminhada sem fim!

 

Deparei-me, num instante,

com minha alma inquietante,

num meu último sorriso!

 

Foram as últimas rosas,

belas e formosas,

que colhi do meu jardim!

 

Seguiram-se as trevas,

morte materna,

os sonhos tiveram um fim!

 

Pudera ter entrado

no deserto escaldado,

num oásis me instalado!

Esta poesia não teria nascida,

 a liberdade não teria adormecida,

minha vida não teria ficado assim!

 

PENSAMENTO VAZIO

(11/07/14)

D-110

A chuva está forte,

é noite.

Não há luz alguma,

a não ser a dos relâmpagos.

O vento quebra as árvores.

Olho pela janela,

embaçada,

suada,

escorrida de água.

 

Um copo de uísque,

a outra mão na parede,

o pensamento vazio...

nenhuma palavra!

Apenas duas lágrimas,

lentas e preguiçosas,

me escorrem pela face! 

 

A FLOR DESABROCHOU

(14/07/14)

D-113

A flor desabrochou,

e eu nem percebi!

Minha vida se transformou

e eu nem senti!

Meus sonhos se desvaneceram

e eu os perdi!

Meus olhos se umedeceram,

e eu os enxuguei,

guardei o lenço,

 arrumei minha mochila

 e parti,

rumo ao nada,

rumo ao caos,

rumo à neblina

dessa estrada que não vejo.

 

Desejo,

imerso na escuridão,

tatear um apoio,

encontrar um amigo

que me dê a mão

e me leve à amplidão

de um mundo novo,

no meio de um povo

que me seja abrigo.

 

A flor desabrochou,

e eu nem percebi!

Minha vida terminou???

Não sei!

Ainda estou aqui!

 

FOLHAS SECAS

03/08/2014

D-115

Folhas secas,

caídas ao chão,

mexem fundo

com o meu coração.

São restos de vida,

antes colorida,

que não mais existe.

 

As folhas secas

de minha vida,

nas minhas pobres poesias,

foram sonhos e ilusões,

abortadas

por dores e decepções.

 

Folhas secas...

sem cor algum...

ilusão nenhuma

ao lado da árvore ainda viva,

forte lenho,

o próprio Cristo é quem me convida

a um novo empenho,

 a uma nova canção!

 

ENTRAR OU NÃO ENTRAR

16/08/2014

D-120

Entro ou não entro?

Caio ou não caio?

A água, à minha frente,

e eu indeciso!

 

Foi mesmo preciso,

bem de repente,

um amigo lacaio,

empurrar-me água a dentro!

 

Assim é a vida!

Só tenho consciência

de nela estar inserida

a minha existência,

quando a mão do divino,

chamada às vezes de destino,

para ela me empurra,

com os reveses da vivência!

 

Aquele acidente,

aquele repente,

aquele desvio,

aquela prisão,

aquele “arrepio”,

as dúvidas do coração,

são coisas, entre outras,

que nos jogam na vida,

como aquele meu amigo lacaio,

que decidiu se caio ou não caio,

na piscina tão fria!

 

Se a dúvida aparecer,

peça a Deus resolver,

não fique indeciso!

Entrar naquela água fria,

pode lhe trazer o paraíso!

 

A FLORZINHA

(10/11/2014)

D-137

Eu a vi por acaso

no mês de setembro

de manhã ou no ocaso?

Não sei, não me lembro!

 

Humilde e singela

nunca alguém a vira!

Tão simples e tão bela

A pequena flor se abrira!

 

Só Deus a conhecia

e, se eu não a tivesse visto,

só Ele a vislumbraria,

só Ele a teria benquisto!

 

Comparo nossa vida

com essa bela flor.

Tão grande é nossa lida,

visita-nos a alegria,

visita-nos a dor!

 

Por mais secreta que seja

a nossa existência

não há o que Deus não veja:

não há o que Deus despreze!

O amor é sua essência!

 

No dia seguinte

morreu a florzinha;

coloquei-a, com requinte,

na agenda minha.

Querida lembrança

de que Deus nos ama!

Real esperança

de que Ele nos chama!

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