quinta-feira, 30 de maio de 2013

POESIAS - NATUREZA 06

 

A CHUVA MÁGICA

14/11/2014

D-141

Quando a chuva cai,

minha alma se retrai,

eu saio de mim mesmo,

das coisas que me cercam,

dos problemas que me apertam,

da labuta que me cansa!

 

Quando a chuva cai,

fico à janela,

nela ponho meu olhar,

e fico a meditar

nas chuvas da minha vida.

 

Quando torrenciais,

mesmo passageiras,

inundam ruas inteiras,

fazem tudo se alagar!

Quando são fininhas,

e duram dias inteiros,

não entopem os bueiros,

mas me fazem sonhar!

 

São instantes mágicos

que me tiram do “trágico”

e me levam às alturas,

 longe das agruras,

 longe de todo o olhar.

 

Eu me sinto diferente,

de tudo me torno ausente,

não sei bem como explicar!

Eu me sinto com Deus!

Diante dos olhos seus,

me sinto no paraíso!

O horizonte,

 até então contido,

se abre

e me deixa sonhar!

 

SONETO DA SOLIDARIEDADE

10/12/2014

D-144

  Os pardais se esconderam do frio, da chuva,

os gaviões desistiram, voltaram às tocas.

Coloquei meu capote, calcei minhas botas,

me vesti de coragem, calcei minhas luvas!

 

O barulho da tarde,

 molhada e escura,

 envolvia o meu corpo,

 em meio à borrasca!

A enxurrada levava pedaços e lascas

dos meus sonhos, lembranças, no meio da rua!

 

Eu não pude evitar que isso tudo ruísse!

Meu barraco querido, solidão de louvor

obrigou-me a chuva de lá eu partisse!

 

 

Sem mais nada a pegar, constrangido de dor,

só uma coisa impediu que dali eu fugisse:

acolhidas vizinhas, tão cheias de amor!



“LE LAC DE CÔME”

20/12/2014

D-145

(Leia ouvindo a música)

(Como eu entendo essa música)

 

Um barco no lago de Como,

tranquilidade,

música doce, ondas harpejadas;

minha vida, uma suavidade!

O início da música,

são as águas passadas

 

No segundo movimento,

sem se perceber,

começa o vento,

a paz vai perecer.

Minha vida se encrespa,

o lago de ondas se infesta!

 

No terceiro movimento

uma momentânea paz,

minha força se refaz,

o lago parece se acalmar,

a paz parece voltar!

 

Puro engano!

Vem a tempestade,

minha vida perde a majestade,

se torna um palco de horror,

o teclado é ferido com pavor,

como a luta que me ameaça,

como o barco,

em meio à borrasca!

É o quarto movimento.

 

No quinto movimento

volta a paz,

a minha vida se refaz;

no lago de Como

o sol volta a brilhar,

a serenidade acaba de voltar!

 

Minha vida

é como esse barco antigo,

que na praia do lago

encontra abrigo:

encontrei amparo no meu Deus,

se enxugaram os olhos meus!

(quando eu tocava essa música ao piano, pensava nisso que escrevi aí).

 

A VOLTA

(01/02/15)

D-151

Aos poucos retorno

à vida da cidade!

Quanto transtorno

com a nova realidade!

 

Os pássaros canoros,

agora são os pardais!

Antes cantos sonoros,

agora os ruídos infernais!

 

Novamente eremita da cidade,

minha vida vai mudar!

Da solidão terei saudade,

quanta coisa a recomeçar!

 

Meus amigos, amigas minhas,

espero Deus a me ajudar.

Passaram-se as coisas antigas,

só as novas têm seu lugar!



A PLANTA VIÇOSA

(02/02/15)

D-152

A planta viçosa,

coquete e formosa,

se encheu de esplendor

 

Canteiro repleto,

de flores completo,

nenhuma tão bela

como esta flor.

 

Vaidosa e cheirosa,

mais bela que a rosa,

esparzia seu odor.

 

De repente, uma chuva,

suave qual luva,

beijou nossa flor.

 

Risonha e garbosa,

ficou toda “prosa”,

humilhou as demais,

sem nenhum pudor.

 

Mas a chuva mudou,

granizos gerou,

mataram nossa flor.

 

Só sobraram as feias,

escondidas nas teias,

cheias de candor.

 

A vida é tão bela,

mas tudo o que há nela,

perde o esplendor.

 

Hoje somos os “tais”,

amanhã não somos mais,

atingidos pela dor!



O MARIDO APAIXONADO

(02/02/15)

(de um esposo à sua esposa)

D-153

Você é a flor,

eu sou o seu talo!

Quando você me chama,

eu obedeço e me calo!

 

Querida, me perdoe,

se às vezes eu lhe fui espinho!

Hoje eu só quero

envolver-lhe de carinho!

Sua presença amiga

me fez sobreviver!

Em tantos desatinos,

você só fez em me bem querer!

 

Rodeados pelos filhos,

quero lhe confessar:

Minha amada, minha querida,

eu quero sempre lhe amar!

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