quinta-feira, 30 de maio de 2013

POESIAS - NATUREZA 10

 

A CACHOEIRA

22/05/16

D-276

Águas tranquilas, cachoeira fara,

em tudo se farta o meu coração!

Céu de verão, limpo e azulado,

estou isolado, tudo é canção!

 

Nessa beleza Deus se apresenta,

minh' alma não aguenta de tanta emoção!

Faço-me irmão, dou um belo grito,

olho o infinito, elevo as minhas mãos!

 

Horas tão ternas, tarde amena,

minha face serena volta a sorrir!

Mas preciso partir, voltar ao meu mundo,

tão moribundo, quase a falir!

 

A poluição me atormenta,

minh'alma não aguenta,

vou demorar a sorrir!

 

A CACHOEIRA E A CIDADE

16/06/16

D-282

Cachoeira, pedra, céu azul...

Da relva contemplo o infinito!

Minha mente, de norte a sul,

embrenha-se no que há de mais bonito!

 

A liberdade banha o meu ser,

a alegria me invade o coração!

Tudo em volta faz-me crer

no grande poder da oração!

 

Oração, amizade com Deus,

deixar-se amar pelo divino!

Irmanar-se com os filhos Seus,

o céu é o nosso único destino!

 

O sol ensaia o ocaso,

as estrelas aguardam nos bastidores

De lágrimas tenho os olhos rasos,

vejo minhas últimas flores!

 

De volta à cidade eu lamento,

enfrento, outra vez, a poluição!

Tudo é cinza, tudo é cimento,

se aperta muito o meu coração!

 

As horas felizes são rápidas,

as horas tristes, vagarosas,

mas a oração, nas mentes plácidas,

tornam a vida saborosa!

 

RIO DESPOLUÍDO

03/07/16

D-286

Não me importo se o mundo é imundo,

ambicioso e sofisticado!

Meu amor por Deus é profundo,

e tenho Maria ao meu lado!

 

O rio nasce limpinho,

águas claras, perfumado,

mas se polui no caminho,

sem peixes, fétido, desolado.

 

As peripécias das corredeiras,

as pedras, a oxigenação,

o despoluem de tal maneira

que chega ao mar sem poluição.

 

O mar o abraça dizendo:

“Que beleza de rio limpinho”!

Mas não o vira fedendo,

quando estava bem sujinho!

 

Nossa vida é assim!

Os sofrimentos purificam!

Acreditem em mim,

Os espinhos nos santificam!



NEM ROSAS, NEM JARDIM

11/07/16

D-288

As rosas que plantei no meu jardim

enfeitam e perfumam meu caminho!

Tudo o que há dentro de mim

já se feriu com seus espinhos!

 

Seu perfume compensa a dor,

sua beleza me ajuda a caminhar.

A anestesia é sempre o amor,

a graça divina me ensina a amar.

 

Ora! Não tenho nem rosas nem jardim,

tenho apenas um caminho a seguir!

E sem nenhum espinho, enfim,

conduzo-me ao céu, que não demora a vir!



NUM ÁRIDO DESERTO

10/07/16

D-289

O jovem se vê num árido deserto,

caminhando sozinho, na imensidão.

Olha para os lados, ninguém por perto,

se lhe aparta do peito o coração.

 

Olha para o alto, nuvem alguma,

sol escaldante, boca ressecada,

não sabe mais pra onde ruma,

sua alma se encontra destroçada.

 

Seus lábios não conseguem rezar,

num labirinto se encontra sua mente!

A esperança resolveu o abandonar,

ele não sabe mais o que pensa ou sente!

 

Cai no chão, sem forças, prostrado,

por mais que não queira, vê-se a morrer!

Nada mais decide, está frustrado,

derrotado, sente todo o seu triste ser!

 

Este era o momento tão aguardado,

talvez só agora Deus pudesse agir!

De um modo bastante inesperado,

um lindo oásis se fez surgir!

 

Esta é a analogia de tantas vidas,

que se perdem no deserto da existência!

Só em Deus temos chance e guarida,

só nele tempos força e clemência!



SEM RUMO

28/07/16

D-292

Sem rumo, na estrada ensolarada,

coração apertado, mente angustiada,

ele caminhava.

 

Seus passos preguiçosos, incertos,

cada flor ali por perto,

simplesmente murchava.

 

Aos poucos o sol se escondeu,

a pouca esperança morreu,

ele chorava.

 

A chuva inesperada começou,

seu corpo cansado tropeçou,

caiu na enxurrada.

 

De repente ele acordou, era um sonho

Disse a Deus: “Eu proponho

agradecer minha vidinha abençoada”!




MAIS UMA TARDE

27/08/16

D-305

Mais uma tarde de inverno

despede-se da cidade.

Nas casas, o calor interno,

pessoas, várias idades.

 

Na roça as galinhas se acomodam

em seus quentinhos poleiros...

Os grilos e as rãs acordam

para os barulhos costumeiros!

 

O frio aumenta o rigor,

as mantas são desdobradas!

Só não se esfria o amor

de cada família tão amada!

 

O sol desponta, radiante,

café, leite e pão tão quentinhos!

Todos, então, vão adiante,

em seus calejados caminhos...

 

Mais um dia de inverno

se inicia, com as bênçãos do Eterno!

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