– 09/03/16
Eu estava fazendo uma meditação num local
arborizado e caiu no meu livro um tipo de besouro que me lembrou o bicho
barbeiro. O Mal de Chagas é transmitido por esse bichinho.
A Irmã Clara tinha essa doença. Às vezes
ela ia conosco nas escaladas dos montes de Minas, mas tinha que ser sempre
amparada. Ela nos acompanhava quando íamos ao monte Itaguaré, que é de fácil
acesso. Mas na última vez um padre Belga, forte, teve que trazê-la carregada
para casa. Ela faleceu pouco tempo depois. Todos a amavam.
A doença nos prepara para a morte, e
prepara também os que cuidam de nós e nos amam.
Quando a pessoa sofre muito, chegamos a dar
graças a Deus quando morrem, não é mesmo? Isso aconteceu com a morte de minha
mãe. Eu dei graças a Deus de livrá-la do sofrimento inevitável.
A morte é apenas uma passagem. Muitas vezes
eu conversei com a minha mãe sobre sua possível morte. Ela levava na
brincadeira, mas proibiu-me que cantasse determinada música no velório. Eu a
desobedeci.
Deus não olha a morte como nós a vemos. Ele
nos vê tanto do lado de cá como do lado de lá, como se estivéssemos abrindo um
portão num muro: o observador do 5º andar nos antes e depois de atravessá-lo, e
o mesmo ocorre com Deus. Para Ele, não existe a morte. Existe apenas uma
passagem, que, se nos conservarmos fiéis a Ele, será uma passagem suave, sem
problemas.
O segredo para essa passagem tranquila é
uma vida santa, sem conluio com o pecado. Confiar em Jesus, que por nós morreu,
morreu por amor.
Isaías 49,14-16, a leitura de hoje, nos
diz: “Sião dizia: “O Senhor me abandonou; o Senhor se esqueceu de mim”. Por
acaso pode a mulher se esquecer da criancinha de peito? Não se compadecerá ela
do filho do seu ventre? Mas ainda que as mulheres se esquecessem de seus
filhos, eu não me esquecerei de ti! Eu te tatuei na palma de minha mão”!
Gente, como isso é bonito! Veja que Deus
não fala que tatuou o nosso nome na palma de sua mão, mas tatuou a nós, nossa
pessoa.
Diz São Carlos de Foucauld que, quem
crê realmente, não tem medo, porque sabe que Deus está sempre por perto e
pronto para nos ajudar.
Caros leitores, animem-se! Levantemo-nos de
nossas poltronas, larguemos um pouco o bendito computador ou o celular,
peguemos um copo de qualquer coisa (suco, vinho, refrigerante, leite), e demos
um brinde à nossa vida! E digamos: Eu sou tatuado(a) na palma da mão de
Deus! (Isaías 49,16). Ele me ama e nunca me abandonará, como a maioria das mães, que não
abandonam os seus filhos.
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