Meu pai criava passarinhos e, entre eles, um
pintassilgo que alguém lhe dera. Era muito bonito e cantava maravilhosamente.
Entretanto, estava muito solitário.
Meu pai então teve a ideia de colocá-lo
para criar com uma canária. Deu certo! Após algum tempo, nasceram três
pintagóis machos, que é o resultado do cruzamento desses dois tipos de
passarinhos. Os machos cantam uma mistura de pintassilgo com canário, mas as
fêmeas são estéreis: não criam.
Durante a chocagem, várias vezes ele tratava da
fêmea no próprio ninho, para ela não abandonar os ovos. Quando ela saía para
suas necessidades, ele ficava no ninho, para não gorar nenhum ovo. Eu ficava
admirado de ver tanta dedicação assim numa simples avezinha! Ele também
ajudava a fêmea a tratar dos filhotinhos. Como era bonito ver isso! É um
exemplo que pode ser visto de dois modos diferentes: por um lado, os pais que
tratam bem dos filhos. Por outro lado, os que os abandonam ou os tratam mal.
Sempre que me lembro do pintassilgo, lembro-me
também de pessoas que se dedicam ao próximo, que adotam crianças abandonadas e os que entregam suas vidas nos hospitais.
Quanto ao meu pintassilgo, meu pai soltou-o logo
após a ninhada ficar adulta e cantar maravilhosamente. Nunca mais nós o
vimos. Estará, na certa, com uma outra canária, ou mesmo com uma pardal,
procriando e tomando conta de seus filhotes. Eta passarinho bom! Quisera que
todos os pais fossem desse jeito!
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