domingo, 20 de dezembro de 2015

UM PINTASSILGO DIFERENTE


Meu pai criava passarinhos e, entre eles, um pintassilgo que alguém lhe dera. Era muito bonito e cantava maravilhosamente. Entretanto, estava muito solitário.
Meu pai então teve a ideia de colocá-lo para criar com uma canária. Deu certo! Após algum tempo, nasceram três pintagóis machos, que é o resultado do cruzamento desses dois tipos de passarinhos. Os machos cantam uma mistura de pintassilgo com canário, mas as fêmeas são estéreis: não criam.

Durante a chocagem, várias vezes ele tratava da fêmea no próprio ninho, para ela não abandonar os ovos. Quando ela saía para suas necessidades, ele ficava no ninho, para não gorar nenhum ovo. Eu ficava admirado de ver tanta dedicação assim numa simples avezinha! Ele também ajudava a fêmea a tratar dos filhotinhos. Como era bonito ver isso! É um exemplo que pode ser visto de dois modos diferentes: por um lado, os pais que tratam bem dos filhos. Por outro lado, os que os abandonam ou os tratam mal.

Sempre que me lembro do pintassilgo, lembro-me também de pessoas que se dedicam ao próximo, que adotam crianças abandonadas e os que entregam suas vidas nos hospitais. 

Quanto ao meu pintassilgo, meu pai soltou-o logo após a ninhada ficar adulta e cantar maravilhosamente. Nunca mais nós o vimos. Estará, na certa, com uma outra canária, ou mesmo com uma pardal, procriando e tomando conta de seus filhotes. Eta passarinho bom! Quisera que todos os pais fossem desse jeito!

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