domingo, 20 de dezembro de 2015

PREMONIÇÃO



03/06/2012
Um meu amigo padre havia ido a alguns doentes para levar comunhão e atender suas confissões, se fosse necessário. A casa do sr. Antônio era a última da lista.

Ele havia sofrido um ou vários derrames e estava semiparalisado na cama. Sua sogra, de 80 anos, foi quem atendeu o meu amigo, que estava acompanhado de uma ministra dos doentes. A esposa do Sr. Toninho fazia café.

A senhora idosa insistiu que tomassem o café que tinha acabado de ser passado, “enquanto estivesse quentinho”. Ao sentar-se à mesa para tomá-lo, o meu amigo padre percebeu a dificuldade com que a mulher respirava.

Preocupado com isso, ele falou à mulher que aquilo não era normal e que devia ir ao hospital para fazer uma checagem. Por via das dúvidas, ofereceu-se para ouvir sua confissão, dar-lhe a Unção dos Enfermos e metade da comunhão do sr. Toninho. Ela aceitou. O padre também deu-lhe a indulgência plenária “in vínculo mortis”, que se concede a quem está em vias de morrer.

Após ministrar a ela os sacramentos, ele brincou com a mulher: “Se a senhora morrer, quero que me faça um favor! Chegando lá no céu, fale a Jesus que ele pode permitir qualquer coisa na minha vida, desde que possa me levar ao céu quando eu morrer”! Ela concordou com isso, mas também pediu algo: “De minha parte, peço ao senhor que cante uma música de N. Sra. no meu velório”.

Ambos concordaram com o combinado, e o meu amigo padre foi embora para sua casa, e a ministra para a dela.

No dia seguinte, de manhãzinha, o padre atendeu à campainha: alguém o chamava para ministrar as exéquias a uma senhora que havia falecido. Qual não foi sua surpresa quando chegou à casa que tinha ido no dia anterior! Era a velha senhora que morrera. Logo que ele saiu, ela pediu para a filha levá-la ao hospital e foi constatado que estava em pleno processo de um infarto. Foi internada na UTI, mas não resistiu.

O meu amigo padre cumpriu a promessa: cantou a música de N. Sra. Escolheu uma conhecida de todos, para que o acompanhassem: “Com minha mãe estarei”. Entretanto, voltou para casa apreensivo e temeroso: “ E se ela cumprir a parte dela? Estou perdido!”.

Dito e feito! A senhora idosa cumpriu o prometido! Meu amigo padre, alguns meses depois disso, teve uma série de problemas. 

Que senhorinha leal! Não é que ela cumpriu mesmo o prometido? Ela contou a Jesus o que o padre havia falado e Ele sentiu-se “à vontade” para permitir ao meu amigo o sofrimento, talvez necessário para sua purificação, a fim de que possa entrar no paraíso.

Moral da história: “Em boca fechada não entra mosca”!

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