03/06/2012
Um
meu amigo padre havia ido a alguns doentes para levar comunhão e atender suas
confissões, se fosse necessário. A casa do sr. Antônio era a última da lista.
Ele havia sofrido um ou vários derrames e estava semiparalisado na cama. Sua
sogra, de 80 anos, foi quem atendeu o meu amigo, que estava acompanhado de
uma ministra dos doentes. A esposa do Sr. Toninho fazia café.
A
senhora idosa insistiu que tomassem o café que tinha acabado de ser
passado, “enquanto estivesse quentinho”. Ao sentar-se à mesa para tomá-lo, o
meu amigo padre percebeu a dificuldade com que a mulher respirava.
Preocupado
com isso, ele falou à mulher que aquilo não era normal e que devia ir ao
hospital para fazer uma checagem. Por via das dúvidas, ofereceu-se para ouvir
sua confissão, dar-lhe a Unção dos Enfermos e metade da comunhão do sr.
Toninho. Ela aceitou. O padre também deu-lhe a indulgência plenária “in
vínculo mortis”, que se concede a quem está em vias de morrer.
Após
ministrar a ela os sacramentos, ele brincou com a mulher: “Se a senhora
morrer, quero que me faça um favor! Chegando lá no céu, fale a Jesus que ele
pode permitir qualquer coisa na minha vida, desde que possa me levar ao céu
quando eu morrer”! Ela concordou com isso, mas também pediu algo: “De
minha parte, peço ao senhor que cante uma música de N. Sra. no meu velório”.
Ambos
concordaram com o combinado, e o meu amigo padre foi embora para sua casa, e
a ministra para a dela.
No
dia seguinte, de manhãzinha, o padre atendeu à campainha: alguém o chamava
para ministrar as exéquias a uma senhora que havia falecido. Qual não foi sua
surpresa quando chegou à casa que tinha ido no dia anterior! Era a velha
senhora que morrera. Logo que ele saiu, ela pediu para a filha levá-la ao
hospital e foi constatado que estava em pleno processo de um infarto. Foi
internada na UTI, mas não resistiu.
O
meu amigo padre cumpriu a promessa: cantou a música de N. Sra. Escolheu uma
conhecida de todos, para que o acompanhassem: “Com minha mãe estarei”.
Entretanto, voltou para casa apreensivo e temeroso: “ E se ela cumprir a
parte dela? Estou perdido!”.
Dito
e feito! A senhora idosa cumpriu o prometido! Meu amigo padre, alguns meses
depois disso, teve uma série de problemas.
Que
senhorinha leal! Não é que ela cumpriu mesmo o prometido? Ela contou a Jesus
o que o padre havia falado e Ele sentiu-se “à vontade” para permitir ao meu
amigo o sofrimento, talvez necessário para sua purificação, a fim de que
possa entrar no paraíso.
Moral
da história: “Em boca fechada não entra mosca”!
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