sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

O IRMÃOZINHO PRESO


 20/04/16- (HISTÓRIA VERÍDICA)

Os Irmãozinhos de Jesus são um grupo de homens que vivem a pobreza segundo a concebeu o Irmão Carlos de Foucauld. Por causa dessa pobreza radical, têm poucos seguidores.

Um deles, francês erradicado no Brasil, no Nordeste, vivia entre os mendigo de rua, confortando-os, ajudando-os, animando-os, lutando com eles para que não desanimassem nem perdessem o sentido da vida.

Certo dia foi preso, acusado de vadiagem. Ele nem sabia o porquê. Acharam que ele era traficante ou coisa desse tipo. O Irmãozinho de Jesus entrou na prisão da delegacia, onde havia outros tantos na mesma cela.

Que tristeza sentiu ao ver as condições em que estavam! Logo começou a puxar conversa com eles, a lhes confortar. Num dado momento sentou-se num canto da cela e colocou-se em oração profunda, contemplativa.

Isso os tocou profundamente. Quando o Irmãozinho voltou ao convívio, eles é que foram falar com ele, pois perceberam que ali estava um homem de Deus, percebiam nele muita segurança e paz.

Muitos eram analfabetos, e todos tinham histórias parecidas: infância vivida em lugares imorais, filhos de prostitutas, outros, nascidos em lugares insalubres, sujos, quase sem condições de vida. Ele pensou: “Se eu tivesse nascido num ambiente desses, talvez fosse pior do que eles”!

O Irmãozinho começou a lhes falar do amor de Deus e ao próximo, da amizade, do relacionamento fraterno, da luta contra o ódio, contra o sentimento de vingança, contra a violência. Falou-lhes da paz e das maravilhas que poderiam perceber no amor de Jesus e Maria.

No dia seguinte, de manhãzinha, abriram a cela e o chamaram: o colega de congregação do Irmãozinho trouxera seus documentos e mostrou ao delegado a situação evangélica deles. O delegado disse-lhe que ele poderia voltar para casa. Estava livre!

O Irmãozinho olhou para a porta da rua, olhou para o interior da delegacia, e não pensou duas vezes: pediu para ficar mais dois dias com os presos, para “terminar o papo”. E o delegado permitiu. ele saiu de lá dois dias depois, sorridente e satisfeito por ter partilhado aquele sofrimento com os presos e dado a eles uma esperança de vida nova.

Uma coisa, porém, é certa: aqueles pobres coitados nunca mais foram os mesmos. Que pena me dá não poder acompanhar suas histórias, o que aconteceu com eles, como viveram a vida pós-prisão! Tenho certeza, entretanto, que não foram as mesmas que seriam se eles não tivessem se encontrado com esse santo homem.



Infelizmente eu me esqueci do nome dele, mas sei que faleceu com mais de 80 anos, a maior parte dedicada aos irmãos sofredores!

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