segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

VIGIAI E ORAI!


Descobri a duras penas que não devemos separar o vigiar e o orar. Separadas são ineficazes. De nada adianta orar, rezar, se não se vigiar as próprias atitudes e se acabar caindo em pecado. Acrescento, também, o “pedir ajuda”, como o fazem tão bem as pessoas alcoólatras do A.A. Em muitos lugares é preciso vigiar em dobro, principalmente em ambientes maliciosos, dispersivos e negativos.

Deus respeita o nosso livre-arbítrio (nossa capacidade de escolha e decisão) e não vai forçar nossas decisões. Se não vigiarmos, Ele não poderá nos ajudar, a menos que, na oração, lhe dermos liberdade de fazer conosco o que Ele bem entender. Eu gosto de meditar estes trechos sobre a vigilância e aconselhei ao Zé que os meditasse: Mt 26,41; Mc 13,37; Lc 21,36; Mt 24,42; Mt 25,13; Lc 12,37; 1a Cor 16,13-14; Ef 6,18; 1a Tes 5,6; 1a Pd 4,7; 5,8; Apoc 16,17: “Eis que venho como um ladrão: feliz aquele que vigia e conserva as suas vestes (= a veste batismal) para não andar nu e deixar que venham sua vergonha”. Lucas 21,36: “Ficai acordado, portanto, orando em todo momento, para terdes a força de escapar de tudo o que deve acontecer e de ficar em pé diante do Filho do Homem”.

A vigilância só é possível com a humildade e a confiança em Deus. Nós somos irremediavelmente fracos. Não temos força, sem a ajuda dele. Vigiar é evitar, logo no início, qualquer situação de pecado. O pecado é como um tobogã: depois que começarmos a descer, não há como parar. Já a oração é como Jesus diz Apoc 3,20: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo”.

A oração não substitui a vigilância, mas abre as portas para que Jesus possa agir em nossa vida. É preciso ouvir a Jesus: “Fala, Senhor, que o teu servo escuta” (1a Sam 3,10); “Dá-me Senhor, um coração que escuta” (1a Reis 3,9).

Veja a história do fariseu e do publicano (Lc 18,10-14), em que o publicano, pecador, mas humilde, foi ouvido por Deus. Outras pessoas se humilharam e foram atendidas: a samaritana (João 4,6-42); a mulher adúltera (João 8,3-11); Mateus (Mt 9,9-13); o paralítico (Mt 9,1-9); a pecadora (Lc 7,37-50); Zaqueu (Lc 19,1-30); o “bom ladrão” (Lc 23,39-43). Em 1a João 1,7-10, vemos que é preciso reconhecer nossos pecados para sermos perdoados. A prisão ajuda a ir ao encontro de Deus justamente porque humilha e reduz a nada as pessoas!

Deus sempre nos ouve (João 15,16): “O Pai de vocês dará qualquer coisa que pedirem em meu nome”. O problema é, que às vezes, pedimos a Ele coisas que vão nos afastar do bom caminho. Aí vamos receber outra graça, e não a que pedimos. Às vezes estamos pedindo veneno. Deus dá, em lugar do veneno, uma vitamina! Não é assim que fazemos com nossos filhos?

Diz Efésios 3,20: “Deus é poderoso para realizar por nós, em tudo, infinitamente além do que pedimos ou pensamos”. Ora, Ele sabe do que necessitamos, mas quer que nós lhe peçamos muitas vezes para nos conscientizarmos daquilo que estamos pedindo e darmos valor quando o recebermos. Precisamos pedir sempre, sem nunca desistir. Leia Lucas 18,1; Lucas 11,5-13: Jesus promete que dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem. “Orar é pensar em Jesus, amando-o”, dizia o Beato Carlos de Foucauld.

Os crentes criticam os católicos, dizendo que “repetimos orações” e que Jesus teria proibido tal coisa. Isso não é verdade. O que Jesus proibiu é que nós rezássemos como os pagãos, que achavam que os seus deuses eram obrigados a lhes atenderem, se ficassem repetindo orações. Jesus nos atende se, como e quando Ele quiser. Insistamos em nossos pedidos! É o que Ele nos diz, no caso da viúva e do juiz (Lc18,1).

Não Existem orações poderosas! Deus vai nos ouvir ou não, não tanto pelas palavras, mas pelas intenções reais de nosso coração. Em Isaías 1,11, Deus diz que só ouvirá as pessoas depois que pedirem perdão da falta de caridade. Em Amós 5,21-25 = só ouvirá os misericordiosos. Em Mt 11,25-26 = só ouvirá os que perdoarem aos que os ofenderem.

Cada um sabe o seu tempo diário de oração! Cada um sabe o quanto deve orar. Comece com alguns minutos e vá aumentando um pouco por semana, até chegar ao tempo ideal para seu sustento. Talvez o dízimo do dia, que seriam 2h 24m!



Quanto à posição do Corpo na oração, escolha uma em que você esteja confortável. Quando a oração for comum, siga as orientações do dirigente. 

outro texto sobre o mesmo assunto: 

Jesus rezava sempre, antes de tudo o que fazia, em todas as ocasiões, de madrugada, no meio do povo, e nisso deu-nos bom exemplo.

Temos que rezar pelo menos duas horas diárias, que é quase o dízimo do dia em termos de oração. O dízimo seria duas horas e vinte e quatro minutos. Quem quiser progredir na virtude, tem que rezar. Não há outro modo, outro caminho. Sem a oração, nunca conseguiremos nos encontrar com Deus e mudar a nossa vida para a santidade. 


Hoje em dia, mais do que nunca, precisamos nos acostumar a aprendermos a nos isolar no meio do barulho, que hoje é tão constante, e no meio das pessoas para entrarmos em contato com Deus e ao mesmo tempo nos aprofundarmos em nossa vida. 

Sobre a oração, seria bom ver também Mateus 14,19.23; cap. 26,36-44; Marcos 1,35; Lucas 5,16; cap. 15, 36; cap. 26,26-27; cap. 3,21; cap. 6,12; cap. 11,1; cap. 9, 18.28-29; João 17,1-5; cap 14,16 e muitos outros trechos. 

A oração pode ser individual ou comunitária, vocal ou mental e de contemplação. Muitos fazem a leitura orante da bíblia, que consiste nestes passos: 

– ler um trecho bíblico; 
– meditá-lo; 
– orar sobre o que meditou; 
– contemplar Jesus baseando-se no texto e na oração. 

Diz Santo Agostinho que o Pai-nosso é a oração mais completa que existe, e que não há nenhum pedido que não esteja incluído nela. No Pai-nosso fazemos sete pedidos, sendo três relacionados à glória de Deus e quatro relacionados à nossa vida. Veja o Pai-nosso em Mateus 6,9-13. 

Há no Novo Testamento algumas parábolas que falam da oração. Veja e medite sobre o que elas dizem: Lucas 11,5-8, o amigo importuno; Lucas 18,1-8, o juiz iníquo; Lucas 18,9-14, o fariseu e o publicano. 

Diz 1ª Tessalonicenses 5,17: “Orai sem cessar”, ou seja, sem desânimo. Se nos mantivermos sem pecado, tudo o que fizermos de bom será recebido como oração. Se não recebermos as graças, é porque Deus tem outros planos em seus desígnios. Entretanto, não nos iludamos: um tempo diário só de oração é muito importante e necessário. Jesus ficava o dia todo curando pessoas, pregando o evangelho, mas se retirava, de madrugada, a um lugar deserto para orar, sozinho, ao Pai. Veja isso em Marcos 1,29-39. É muito comodismo nosso deixar a oração pessoal achando que basta fazermos o bem. 

Outro esclarecimento: A oração, em si mesma, não é poderosa, como vemos em propaganda: “Oração poderosa ao menino Jesus de Praga”, ou coisas desse tipo. Qualquer oração, se for feita com sinceridade, vai ser ouvida por Deus, nenhuma delas ficará sem resposta. Se Deus não nos atender do modo como pedimos, vai talvez dar um direcionamento diferente ao nosso pedido, de modo que estejamos sempre juntos a Ele, agora e depois de nossa morte. 

Confiemos plenamente nele! Ele sabe o que é melhor para nós, e para executar seus planos, só precisa de nosso consentimento, que é dado pela oração. Na verdade, não são tanto as palavras da oração que movem Deus a nos ajudar, mas o simples fato de estamos ali, diante dele, pedindo que Ele interfira em nossa vida. É o que eu entendo com Apocalipse 3, 20; “Eis que eu estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos juntos.” Pela oração, estamos abrindo as portas de nossa vida a Ele, para que Ele possa executar em nós o plano que tem a nosso respeito. 

Nesse sentido, eu acho horrível e muito errado obrigar Deus a fazer o que quer que seja para nós, “determinando” a graça, como ouvi em programas evangélicos e até católicos. Não podemos determinar a graça de Deus. Ele que nos conceda o que bem entender! Veja o que diz Tiago 4,3-4 e 14-16 a esse respeito: em tudo busquemos a vontade de Deus. 

Quanto à oração comunitária, devemos participar sempre que pudermos. Se não pudermos participar da Missa ou da Liturgia da Palavra pelo menos uma vez por semana, busquemos a companhia de alguém e façamos com essa pessoa uma leitura bíblica, conversemos um pouco sobre essa leitura e façamos uma oração em comum. Esse costume cumpre, de certa forma, a obrigação de participarmos da S. Missa uma vez por semana, principalmente nos domingos. Eu fiz isso várias vezes, nas férias, quando não havia nenhuma igreja perto e nenhum modo de celebrar a Missa. 

Quanto à vigilância, veja Mateus 26,41; 1ª Pedro 5,8-9; 1ª Timóteo 4,26; Marcos 13,33-37; Apocalipse 16,15. Jesus insistiu muito sobre a vigilância. Sem vigiar, não adianta rezar. Vigiar é precaver-se dos perigos de pecar. Para isso, precisamos nos conhecer bem, nos aceitarmos como somos. Não fiquemos feito bobos dando rodeios! Sejamos humildes e saibamos que precisamos vigiar, que não temos forças para enfrentar certas situações perigosas. Aceitemos nossas limitações, sejam elas quais forem! Não adiante mentirmos para nós mesmos. Se quisermos dar uma de valente, vamos nos esborrachar no chão. 

Quando você perceber que vai entrar numa situação em que é fraco, tente não entrar nela, e vai ser mais fácil vencer. Exemplos: Para vencer o vício de fumar, nunca fume o primeiro cigarro; contra o vício de bebidas alcoólicas, nunca beber o primeiro trago; para vencer a antipatia contra alguém, previna-se de bondade e paciência logo que perceber que irá encontrar esse alguém. E assim por diante. Isso é vigiar. 

Diz João 8, 32: “ A verdade vos libertará”. 

Ser puro de coração (Mt 5,1-12 ) é não usar máscaras, não ser fingido, nem falso, nunca mentir. A mentira nunca nos levará à santidade. Se quisermos recomeçar nossa vida, temos que mudar o caminho, pois se seguirmos pelo mesmo que até agora usávamos, vamos chegar ao mesmo objetivo: nossa ruína. Se quisermos atingir um objetivo melhor, mais santo, temos necessariamente que tomar outro caminho. 

Grave isto: seja sempre sincero, tanto com você mesmo como para com os outros. Nunca minta, nunca se engane com falsos atributos dados a você para você mesmo. Ou seja: assuma sempre suas fraquezas e limitações! Aceite-se primeiro, para depois mudar.

A IMPORTÂNCIA DE VIGIAR.

Para vigiar, precisamos nos conhecer profundamente, aceitar nossas más tendências e problemas, pedir perdão a Deus de tudo isso e passarmos a evitar qualquer ocasião que nos leve a praticar aquilo que é ou possa se transformar num pecado. Diz João 8, 32: “A verdade vos libertará”. Só sendo verdadeiros consigo mesmos é que conseguiremos garra, força de vontade para vigiar nossos próprios atos.

Eu disse que é preciso conhecer-se profundamente porque só a própria pessoa pode saber no que é forte e no que é fraco. Quando você perceber que vai entrar numa situação em que é fraco, tente não entrar nela, e vai ser mais fácil vencer. Exemplos: Para vencer o vício de fumar, nunca fume o primeiro cigarro; contra o vício de bebidas alcoólicas, nunca beber o primeiro trago; para vencer a antipatia contra alguém, previna-se de bondade e paciência logo que perceber que irá encontrar esse alguém. E assim por diante.

Isso é vigiar. 

Só uma pergunta hoje: Quanto tempo você passa dormindo e quanto tempo você passa rezando? 

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