segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

PARA QUE OS SACRAMENTOS FUNCIONEM


O sacramento não é algo mágico. Ele pode até acontecer sem a fé, mas não atua, não é eficaz, se não o recebermos com reta intenção, com o desejo verdadeiro de uma mudança radical de vida.

Quando pecamos, nós é que nos afastamos de Deus. Ele sempre está conosco. É como o filho que sai do carro dos pais numa estrada. Garanto-lhes que o pai e a mãe seguirão o filho, com o carro, até que ele resolva novamente entrar. Nesse caso, “pedir perdão’’, da parte do filho, é apenas perguntar aos pais se ele pode entrar novamente no carro”.

A misericórdia de Deus é infinita. Como nos diz Rom 8, 31 -39, nada neste mundo pode nos separar do amor de Cristo. Só nós, de livre e espontânea vontade, conseguimos nos separar dele.

Jesus mandou-nos perdoar a todos. Ele é justo santo é sábio e vai também nos perdoar. Ele deu oportunidade até aos mortos de irem ao céu, como os que aguardavam desde o tempo de Noé, em 1° Pd 3, 18 -20. Jesus lhes deu uma 2° chance, mesmo depois de mortos. Ora, nós ainda estamos vivos! Creiamos na misericórdia divina!

O problema está na sinceridade ou não com a qual recebemos os sacramentos. Não tem sentido essa “maratona” de confissões que fazemos e sempre continuamos na mesma! Jesus nos diz em Apoc 3, 20: “Eis que estou à porta e bato. Quem ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei e ele comigo”.

O mesmo se diga dos casamentos. Muitos já se casam pensando na separação! Às vezes não estão com nenhuma certeza se é aquilo mesmo que querem. Quantos casamentos nulos!

Na Bíblia vemos muitos trechos em que Deus apela para uma conversão sincera das pessoas para continuar a dar seu apoio, sua graça e seu perdão. Vejam alguns exemplos:

Jer 7, 3: Deus pede que endireitemos nossos caminhos e maneira de agir, para morar conosco, praticando a misericórdia para com o próximo, a viúva, o órfão, os necessitados e doentes. Jer 3, 9-11: Deus lembra que as pessoas adoravam outros deuses (podemos compará-los com os de atualmente, como dinheiro, artistas, sexo, poder) e iam oferecer no templo um sacrifício (holocausto) e saíam felizes, dizendo: “estamos salvos”, para continuarem os seus pecados. “Será esta casa (...) um covil de salteadores aos vossos olhos?”. 2° Crôn 7 14: Deus diz que só perdoará o povo e libertará a terra dos males se o povo abandonar os maus caminhos, orar, buscá-lo. João 8, 10-11: Jesus perdoou a mulher adúltera com uma condição: “Vai e não peques mais”.

A recepção dos sacramentos deve transformar a nossa vida de modo radical. Se um cachorro comer uma partícula consagrada que por acaso tenha caído no chão, não vai deixar de ser um simples cachorro, sem alma, mortal. Isso nos mostra que a ação dos sacramentos não é, pois mágica, mas depende de nossa boa vontade e de nossa ação em direção a santidade.

Paulo Apóstolo diz em 1° Cor 11, 27-29 que quem receber a Eucaristia em pecados, sem uma intenção pura, será “Culpado do corpo e do sangue do Senhor, porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor”. Ele também diz algo mais forte em 1ª Cor 10,21:“Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor (ou seja, da comunhão) e da mesa dos demônios!”.

Se não houver o arrependimento, pelo menos deve haver o propósito de não mais pecar. O arrependimento deve ser pedido a Deus, pois é um dom. Aos poucos, Deus vai nos colocando no coração uma dor pelos pecados já confessados e perdoados. Nós temos apenas uma vida. Passamos penas uma vez por esta terra, e não podemos desperdiçá-la (Hb 9,27).

Precisamos vigiar para não deixar que nenhum pouquinho de pecado e de maldade penetre em nosso ser! Basta dizer que você colocou um pouquinho só de cocô de cachorro num bolo, para ninguém querer comer dele (Joyce Meyer). Os sacramentos nos fortalecem, se quisermos, para que nunca mais pequemos e para que nos santifiquemos no caminho de nossa vida.

 A santidade ou é total e completa, ou não existe!. É o que nos diz Apoc. 3, 15-16: “Oxalá fosses frio ou quente! Assim porque és morno, e não és nem frio nem quente, vou vomitar-te da minha boca”. Jesus nunca suportou pessoas fingidas e orgulhosas (vide parábola do fariseu e publicano, Lc 18, 9-14). João 3,5: renascer pelo batismo.

S. João Maria Vianney era enérgico e exigente nas pregações e nas confissões, mas ocorriam a ele pessoas de todos os lugares. Essas pessoas viam firmeza e segurança em suas exigências.

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