O
sacramento não é algo mágico. Ele pode até acontecer sem a fé, mas não atua,
não é eficaz, se não o recebermos com reta intenção, com o desejo verdadeiro de
uma mudança radical de vida.
Quando
pecamos, nós é que nos afastamos de Deus. Ele sempre está conosco. É como o
filho que sai do carro dos pais numa estrada. Garanto-lhes que o pai e a mãe
seguirão o filho, com o carro, até que ele resolva novamente entrar. Nesse
caso, “pedir perdão’’, da parte do filho, é apenas perguntar aos pais se ele
pode entrar novamente no carro”.
A
misericórdia de Deus é infinita. Como nos diz Rom 8, 31 -39, nada neste mundo
pode nos separar do amor de Cristo. Só nós, de livre e espontânea vontade,
conseguimos nos separar dele.
Jesus
mandou-nos perdoar a todos. Ele é justo santo é sábio e vai também nos perdoar.
Ele deu oportunidade até aos mortos de irem ao céu, como os que aguardavam
desde o tempo de Noé, em 1° Pd 3, 18 -20. Jesus lhes deu uma 2° chance, mesmo
depois de mortos. Ora, nós ainda estamos vivos! Creiamos na misericórdia
divina!
O
problema está na sinceridade ou não com a qual recebemos os sacramentos. Não
tem sentido essa “maratona” de confissões que fazemos e sempre continuamos na
mesma! Jesus nos diz em Apoc 3, 20: “Eis
que estou à porta e bato. Quem ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em
sua casa e com ele cearei e ele comigo”.
O
mesmo se diga dos casamentos. Muitos já se casam pensando na separação! Às
vezes não estão com nenhuma certeza se é aquilo mesmo que querem. Quantos
casamentos nulos!
Na
Bíblia vemos muitos trechos em que Deus apela para uma conversão sincera das
pessoas para continuar a dar seu apoio, sua graça e seu perdão. Vejam alguns
exemplos:
Jer
7, 3: Deus pede que endireitemos nossos caminhos e maneira de agir, para morar
conosco, praticando a misericórdia para com o próximo, a viúva, o órfão, os
necessitados e doentes. Jer 3, 9-11: Deus lembra que as pessoas adoravam outros
deuses (podemos compará-los com os de atualmente, como dinheiro, artistas,
sexo, poder) e iam oferecer no templo um sacrifício (holocausto) e saíam
felizes, dizendo: “estamos salvos”, para continuarem os seus pecados. “Será esta casa (...) um covil de
salteadores aos vossos olhos?”. 2° Crôn 7 14: Deus diz que só perdoará o
povo e libertará a terra dos males se o povo abandonar os maus caminhos, orar,
buscá-lo. João 8, 10-11: Jesus perdoou a mulher adúltera com uma condição: “Vai e não peques mais”.
A
recepção dos sacramentos deve transformar a nossa vida de modo radical. Se um
cachorro comer uma partícula consagrada que por acaso tenha caído no chão, não
vai deixar de ser um simples cachorro, sem alma, mortal. Isso nos mostra que a
ação dos sacramentos não é, pois mágica, mas depende de nossa boa vontade e de
nossa ação em direção a santidade.
Paulo
Apóstolo diz em 1° Cor 11, 27-29 que quem receber a Eucaristia em pecados, sem
uma intenção pura, será “Culpado do
corpo e do sangue do Senhor, porque o que come e bebe indignamente, come e bebe
para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor”. Ele também
diz algo mais forte em 1ª Cor 10,21:“Não
podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser
participantes da mesa do Senhor (ou seja, da comunhão) e da mesa dos demônios!”.
Se
não houver o arrependimento, pelo menos deve haver o propósito de não mais pecar.
O arrependimento deve ser pedido a Deus, pois é um dom. Aos poucos, Deus vai
nos colocando no coração uma dor pelos pecados já confessados e perdoados. Nós
temos apenas uma vida. Passamos penas uma vez por esta terra, e não podemos
desperdiçá-la (Hb 9,27).
Precisamos
vigiar para não deixar que nenhum pouquinho de pecado e de maldade penetre em
nosso ser! Basta dizer que você colocou um pouquinho só de cocô de cachorro num
bolo, para ninguém querer comer dele (Joyce Meyer). Os sacramentos nos
fortalecem, se quisermos, para que nunca mais pequemos e para que nos
santifiquemos no caminho de nossa vida.
A santidade ou é total e completa, ou não
existe!. É o que nos diz Apoc. 3, 15-16: “Oxalá
fosses frio ou quente! Assim porque és morno, e não és nem frio nem quente, vou
vomitar-te da minha boca”. Jesus nunca suportou pessoas fingidas e
orgulhosas (vide parábola do fariseu e publicano, Lc 18, 9-14). João 3,5:
renascer pelo batismo.
S.
João Maria Vianney era enérgico e exigente nas pregações e nas confissões, mas
ocorriam a ele pessoas de todos os lugares. Essas pessoas viam firmeza e
segurança em suas exigências.
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