segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

DEUS NÃO NOS ABANDONA!



No livro 4 de “A Imitação de Cristo”, de Thomas de Kempis, capítulo 18 lemos: “Bem-aventurada é a simplicidade, que deixa os caminhos dificultosos das discussões para andar no cominho plano e firme dos mandamentos de Deus!”.

Sem Deus, nada podemos fazer. A Igreja precisa ser, realmente, “A Igreja dos pobres!”. A pobreza, na Igreja, é seguida por grupos de homens e mulheres, mas se olhamos a verdadeira pobreza e a verdadeira simplicidade, sobram poucos desses grupos. A maioria das congregações religiosas se distanciou muito da ideia inicial de seus fundadores e não vive mais a pobreza evangélica.

Já dizia São João Crisóstomo, pelos anos 400: “Qual é o proveito se a mesa de Cristo está coberta de taças de ouro, se ele próprio morre de fome?” (Na pessoa do pobre) “Sacia primeiro o faminto e depois, do que sobrar, adorna a sua mesa!”.

Enquanto houver tanta pobreza e miséria, não podemos nos dar a certos luxos, a certas frivolidades. Pessoas morrem de fome, de ignorância, de insalubridade, enquanto as dioceses estão preocupadas com reformas, construções e tantas outras coisas às vezes secundárias e até descartáveis.

Os meios pobres de evangelização trazem um maior apoio da graça de Deus. Se apelarmos a muitas técnicas e parafernálias, acabamos nos acostumando a elas e achando que são elas que nos ajudarão, e não a graça de Deus. Não podemos justificar o luxo e as coisas supérfluas como desculpa para a evangelização. Diz Lc. 10,4 (No Apostolado) “Não leveis bolsa, nem alforje, nem calçados”.“abismo atrai outro abismo” (Salmo 42, 7). Ou, como diz 2°Cor 12, 10, “Quando sou fraco então sou forte”.

Certa vez minha mãe chegou da fábrica, após 8 horas de trabalho, em pé, na tecelagem. A casa sem empregada (éramos pobres), estava uma bagunça! Ela, cansadíssima, deixou de lado todo o serviço e, calmamente, descascou e chupou algumas laranjas que meu pai deixara sobe a mesa quando ele viera também da fábrica, para almoçar.

Esse fato marcou-me profundamente! Percebi que nunca devemos nos apavorar com o trabalho, e sempre agir em parceria com Deus. Confiar na Providência Divina!

Quando eu tinha uns dez anos, criamos um porquinho, a quem chamamos “Chiquito”, em casa. O Chiquito nunca deixava uma nossa galinha choca e seus vários pintinhos comer de seu pão com leite. Um dia, porém, ele achou um jeito de ir para a rua e começou a receber pãozinho do padeiro das 15 h, que entregava o pão num Ford “bigode”. Todos os dias o Chiquito comia pão e era acariciado pelas crianças. Nunca mais ele se importou com a galinha e seus pintinhos: deixava-os comer à vontade, pois ele tinha coisa melhor lá fora!

Isso nos mostra que não devemos nos desesperar com o medo da solidão, da pobreza, do anonimato! Por que essa busca desenfreada pelo poder (mesmo na Igreja!) e pelo dinheiro? Até o porquinho Chiquito aprendeu a ser generoso, sabendo que tinha bens melhores lá fora. Se nós temos o céu, a vida eterna, por que o medo? Por que não confiamos que Deus realmente nos ama e é um “Pai que nos ama com um coração de mãe” (C. Mesters) e NUNCA VAI NOS ABANDONAR? Trabalhemos e vivamos com simplicidade, com pobreza, com amor, com despojamento, e Deus nos ajudará.

Nós pregamos que Deus é um Deus poderoso e misericordioso, mas, na prática, achamos que Ele é mentiroso e nos mentiu quando mandou que deixássemos tudo, todo o poder, para confiar nele. Vejam estas citações. A simplicidade de Cristo: 2° Cor 11, 3; Paulo vive na simplicidade e sinceridade: 2° Cor 1, 12; As bem-aventuranças: Mt 5, 1-12; Confiar na Providência Divina: Mt 6, 24-34; Lc 12, 22-34; Renunciar a tudo para obter a graças de Deus: Lc 14, 25-35. Como Jesus, devemos servir e não sermos servidos (Lc 12,37; João 13,1-16).

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