quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

POESIAS - ESPERANÇA, ENVELHECIMENTO 05

 

COCHILO

 16/03/14

G-90

O meu corpo, cansado,

já não segue a minha mente.

De tudo enfarado,

por menor que seja,

qualquer peso sente.

Um cochilo gostoso,

em qualquer lugar eu tiro!

Basta encostar-me,

disso nem guardo sigilo!

Eu espero o dia,

talvez num dia de inverno,

em que o meu gostoso cochilo

se torne eterno!



INSTANTES

22/03/14 

G-91

Instantes que passam

e não voltam a mim!

Instantes perdidos

pesadelo ruim!

 

Instantes se juntam

produzindo o amanhã...

passei-os na solidão,

minha vida já é anciã

 

Instantes de sonhos

planejando a utopia!

Instantes medonhos,

calando a alegria!

 

Instantes fugidios

que vejo passar,

me causam arrepios:

não os posso parar!

 

Quisera deixá-los

para a felicidade...

Quem pode amá-los?

 

São ironias da verdade!

Instantes vazios

que me veem envelhecer

e eu, arredio,

sem nada poder.

 

Os pássaros, tão livres,

passeiam no firmamento...

As flores, tão belas,

nascem livres, ao relento...

 

Meus instantes sofridos

quase todos perdidos,

eu os protesto e os lamento! 

 

INSATISFAÇÃO

23/03/14

G-92

Esta insatisfação que me oprime

mistura-se com o sublime

de perceber a vida eterna!

Êxtases e agonias,

tristezas e alegrias,

miscelânea que me consterna!

 

 Simples é a vida

com subidas e descidas,

antipatias e amizades fraternas...

É um cadinho de emoções,

partindo corações,

saudades, dores internas!

 

Toda essa luta é externa:

 dentro de mim, desde criança,

reside, vive e reina

a esperança!

 

O ÚLTIMO ADEUS

 30/03/14

G-94

Seus olhos se fecharam,

o último adeus!

Seus lábios se calaram...

as palavras cessaram...

 

Despedidas...quantas fizera?

Quantas ausências tivera?

Alegres e tristes momentos,

alegrias e sofrimentos,

orações e retomadas,

rótulas calejadas...

 

Uma vida se foi,

perdendo tudo o que recebera,

levando tudo o que perdera!

 

MINHA MORTE

20/09/2014

G-126 

O Além me sorriu,

minha alma partiu,

ao céu eu cheguei,

 

Entre anjos eu fiquei,

meus parentes me rodearam,

meus pais avistei.

 

Minha mãe me sorriu,

seus braços ela abriu,

e eu a abracei.

 

A felicidade estampada

nas faces marcadas

por suave ternura!

 

Nem males, nem agruras,

nem qualquer coisa impura,

eu lá avistei.

 

A paz completa,

de alegria repleta,

gentilezas sinceras.

 

O amor lá impera,

amizade sincera,

atitudes singelas!

 

Nenhuma falsidade,

nenhuma maldade,

nenhuma obsessão!

 

Os bons desejos satisfeitos,

com todo o respeito,

nenhuma opressão.

 

No céu não vi maldade,

nenhuma crueldade,

não vi pecado algum!

 

De repente, um sobressalto,

caí lá do alto,

me vi no meu colchão!

 

Era tudo um sonho,

mas fé nele eu ponho!

Creio nessa revelação!

 

Vale a pena lutar,

vale a pena amar,

vale a pena ser santo!

 

O céu nos espera,

iniciando uma nova era,

de alegria e encanto!

 

A VELHICE CHEGOU!

20/10/2014 

G-132

A velhice chegou,

o cântaro se quebrou,

as pernas se enfraqueceram! 

 

Meu cabelo embranqueceu,

meu ânimo arrefeceu,

minha esperança aumentou!

Me chamam de “bom velhinho”,

me fazem carinho,

me tratam como criança!

 

Meus colegas antigos

ou estão em abrigos,

ou já são nomes de ruas!

 

Acabaram-se as festanças,

aumentaram as lembranças,

abundância de agruras!

 

Entretanto, um consenso:

das coisas em que penso,

a maioria me consola!

 

Fiz muitas coisas boas,

nunca fiquei à toa,

só o céu espero agora!

 

E O CÉU SORRIU!

17/11/2014)

G-140 

Momento sublime!

Maria foi gerada

no seio de Sant'Ana.

Os anjos festejaram,

os arcanjos cantaram,

Deus deu um sorriso!

 

De Maria nasceu Jesus,

num facho de luz,

que salvou a humanidade!

 

Jesus morreu,

o céu se entristeceu,

até que a alegria

voltou com a ressurreição!

 

Maria, sozinha,

 aguardava, com São João,

a sua assunção.

O céu, silencioso,

aguardava, ansioso,

a chegada de Maria!

 

No dia determinado,

com o corpo cansado,

Maria se despediu

de João e dos amigos,

e morreu.

 

Seu corpo, iluminado,

 de repente sumiu,

desapareceu!

 

Chegada ao céu,

que alegria!

 Todos saudavam Maria!

Os anjos cantavam, voavam,

faziam estripulia!

 

Uma coisa digo a esmo:

depois que lá chegou Maria,

o céu nunca foi o mesmo!

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