quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

POESIAS - PALAVRAS 1

 

PALAVRAS NO BLOG

(11/03/2012)

I-19

As páginas em branco do seu blog esperam suas palavras,

esperam que ele diga o que sente.

Olhos ávidos aguardam a digitação.

A internet abre um espaço para mais uma página!

Mas...

As palavras que realmente ele quer dizer

não saem de sua mão,

não avançam no teclado,

não chegam à redação!

Elas grudam em seus neurônios,

Alojam-se em seu “ID”,

acomodam-se em seu coração,

e não florescem na tela.

 

Nestes últimos dez anos de vida,

muitas coisas nele mudaram,

além das rugas que aumentaram,

dos novos cabelos brancos,

da calvície que progrediu;

Ele saboreia melhor as palavras divinas,

vendo melhor as curvas e as pedras do caminho,

sentindo com maior intensidade a brisa suave da presença de Deus em sua vida!

 

A mente vagueia pelo paraíso,

A alma anseia pelas alturas,

O corpo, cansado, pede repouso...,

Mas não consegue transformar isso em palavras!

A realidade que não vemos

supera, muito, a que vemos.

Corremos feito loucos atrás do vento das vaidades,

das tristes ilusões,

do dinheiro, de nós mesmos,

enquanto Deus insiste em nos amar,

em nos perdoar,

em nos convidar a uma conversão plena.

 

Agora ele vai clicar o “salvar”

e mais uma página,

talvez inútil para muitos,

está aparecendo em nossas telas.

 

 

O LIVRO

25/11/2012

I-23

A capa brilhava,

me chamava,

me fascinava.

Peguei-o,

sentei-me confortavelmente numa poltrona.

As palavras começaram a brotar

em todas as formas e cores,

com todos os tipos de amores e,

dançando no ar,

formavam cenas fantásticas.

As lágrimas,

o sorriso,

os soluços,

as gargalhadas,

misturavam-se num redemoinho de ilusões,

num coquetel de emoções.

As figuras

que as palavras traçavam no ar

ora estavam no chão,

ora no teto,

ora ao lado,

ora esmagadas,

ora sublimes,

ora lavadas, sem cores,

ora pintada como flores

ora apimentadas,

ora suaves e doces,

ora amargas e ácidas.

 

A dado momento,

o cansaço,

o tédio,

o mormaço,

me invadiram.

Deixando o livro, fui dormir.

E as palavras,

sorrateiramente,

entraram em meus sonhos,

em minha fantasia,

e me perturbaram o descanso.

As dúvidas,

as incertezas,

as asperezas,

as súbitas surpresas,

tudo isso pululava

nas montanhas do meu cenário onírico.

 

Acordei assustado,

já com os raios do sol

no quarto penetrados.

Num só pulo levantei-me,

banhei-me,

tomei café,

domingão livre,

paineira livre,

com sombra,

sombra deliciosa,

ali fiquei,

recomecei a leitura.

Novamente o espetáculo das palavras

me traçando as ideias,

as figuras,

as fantasias,

as agruras e delícias de alguém,

que antes de mim,

havia visto tudo isso em sua mente,

em seus sonhos,

e os prendeu naquelas páginas.

 

O livro terminou.

Tudo sumiu.

A festa acabou.

Eu o fechei e o guardei,

Até que alguém o ligasse novamente,

Ligasse novamente essa fábrica de emoções.

 

O LIVRO SE ABRIU

10/02/2013

I-26

O livro se abriu,

a mente se expandiu,

o ovo da idiotice gorou.

As sementes brotaram,

as palavras se espalharam,

o canteiro gerou.

 

Ideias, pensamentos, vida nova,

Tudo e tudo se renova,

nada mais fica ignorado.

As nuvens da ignorância sumiram,

os raios de sol se abriram,

o saber se tornou mais amado.

 

Acordei do meu lindo sonho,

e um pesadelo medonho,

vi neste mundo prolixo:

as mentes embrutecidas,

pessoas endurecidas,

os livros jogados no lixo!

 

LIVRO X INTERNET

16/02/14

I-76

E o livro disse à Internet:

“Tomaste meu lugar!”

A Internet respondeu:

“Deixa de chorar!

Os leitores teus,

mais do que os meus,

amam o profundo!

Em rápidas pinceladas

eu lhes trago o mundo;

hoje elas existem,

amanhã já não são lembradas.

Tuas folhas amarelam,

envelhecem,

 mas de ti eles não se esquecem! 


PALAVRAS (A PALAVRA DE DEUS)

 02/03/14

I-84

Palavras são palavras,

nada mais que ruídos,

nada mais que fluídos

de um coração que pensa...

 

Palavras são jogadas,

acolhidas ou perdidas,

amadas ou odiadas.

 

A Palavra de Deus,

a única verdadeira,

se fez carne entre nós,

e foi assassinada

na cruz de madeira.

Se matamos a verdadeira,

que não faremos com as demais?

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