segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

MUNDO, MUNDO...

(24/07/2015)

“Mundo, mundo, vasto mundo, seu eu me chamasse Raimundo, seria uma rima, não uma solução” (Carlos Drumond de Andrade).
Minhas avós me paparicavam muito. Uma delas era professora rural e a outra, professora de crochê e tricô. A primeira, portuguesa; a outra, italiana.

Nasci no final da segunda guerra mundial. A fome grassava no mundo, mesmo no Brasil. O que nos salvou é que nossa vida era muito simples. Usávamos balas de mel como açúcar, pois não havia esse produto em lugar algum.

Que mundo é esse em que fui colocado por meus pais e por Deus? Sofrimentos, guerras, maldades, prazer pelo prazer, fome, doenças, injustiças, violência!

“Nada te perturbe”, dizia Santa Teresa de Jesus. Como não me perturbar? Até tirei um site do ar por ter esse nome. Comecei a perceber que no mundo de hoje não há como ficar alienado da vida. Mesmo quem segue a vida contemplativa não pode descuidar dos pobres e das injustiças. Os ricos cada vez mais ricos, os pobres cada vez mais pobres. Os ricos não se saciam! Querem cada vez mais! Veja os escândalos do ano de 2015, como o da Petrobrás!

Por que tanto luxo, tanto dinheiro? Eu não tenho coragem de pagar 200 reais por uma garrafa de vinho, por exemplo. Mas tem gente que tem... O paladar do vinho sempre vai ser o mesmo, seja barato ou caro. Se não, não é mais vinho!

Diz Amós 3,15: “Derrubarei a casa de inverno como a casa de verão; as casas de marfim perecerão, e as grandes casas serão destruídas, diz o Senhor”! E em 6, 1-6: “Ai dos que (...) dormis em camas de marfim e vos espreguiçais sobre o vosso leito (...), que bebeis vinho em taças e vos ungis com o mais excelente perfume, mas não vos afligis com a ruína de José!”

O mundo está sendo conduzido ao autoextermínio. Não vamos ver isso, mas talvez o vejam nossos netos ou bisnetos. Entretanto, ainda resta uma esperança! A nossa conversão, a nossa mudança de vida, para uma vida mais simples, sem grandes riquezas, sem roubos, sem violências, sem vícios desenfreados, com muita misericórdia no coração. “Que a sensatez e a misericórdia corram como um rio perene!” (Amós 5,24).

O mundo que temos aí é visto como um paradigma: “não podemos mudá-lo”, dizem os conformistas. Acham que o mundo não pode ser mais justo e mais irmão.

O conceito que temos do mundo é um mundo desprovido de paz, de harmonia, de amor.

Muitos têm preconceito de tudo o que não entra em seus padrões construídos pela própria educação que receberam!

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