04/01/14-
A antipatia com que
tratamos algumas pessoas, ou o interesse individualista com o qual delas nos
aproximamos, torna-nos cegos às suas qualidades e pontos positivos.
É comum vivermos ao lado
de pessoas muito capacitadas, com um potencial maravilhoso, mas nada notarmos,
devido a esses obstáculos que colocamos em nosso relacionamento.
Vou ainda além, lembrando
que isso ocorre até entre pais e filhos, entre esposo e esposa.
Muitos descobrem os pontos
positivos dos pais só depois que eles morrem! Aquela empregada doméstica
tratada às vezes com muita frieza, pode estar escondendo verdadeiros tesouros!
Há também muitos tesouros
ocultos em nossos amigos e colegas de trabalho. A preocupação pela
“concorrência” interna da firma em que trabalhamos ou, no caso de nossos
amigos, o desejo de ser melhor do que eles, pode causar “cegueiras”
irreparáveis em relação a quanta coisa bonita que poderíamos usufruir se os
conhecêssemos mais profundamente, sem preconceitos.
Minha mãe era a única que
punha esperança num de meus sobrinhos. Demorou, mas essa confiança foi
confirmada mais tarde e, atualmente, ele é um rapaz excelente, trabalhador,
responsável, e minha mãe deve estar sorrindo lá no céu, nos dizendo: “não falei
que ele ia ser um bom homem?”. Ela conseguia ver os tesouros escondidos nele, e
nós não os víamos. É desnecessário dizer o quanto ele fala da sua avó tão
querida e que tanto confiava nele!
Jesus confiou em pessoas
analfabetas e de gestos bruscos; diríamos hoje “sem educação”, como por exemplo
Pedro, que cortou a orelha de um dos soldados que estavam prendendo Jesus no
Getsêmani, e depois ainda o negou por três vezes!
Jesus confiou até em Judas
que, segundo o Dr. Augusto Cury, era o mais capacitado para ser apóstolo. Será
que Jesus, com toda a sua sabedoria, não percebera que ele o trairia?
Mas isso não impediu que
ele confiasse nesse apóstolo e lhe desse a oportunidade de que ele precisava.
Quanto ao jovem rico, diz
o texto que “Jesus o amou”, ou seja, gostou dele, viu que ele era capacitado. O
livre-arbítrio permitiu que o jovem recusasse seguir Jesus como apóstolo, mas
ele nunca poderia dizer que não tivera nenhuma oportunidade.
Algumas pessoas mudam de
vocação no meio do caminho, mas continuam felizes e realizados. Pode ser que a
primeira vocação tivesse sido escolhida de modo equívoco. Ou também pode ser
que tenham as duas vocações.
É difícil percebermos nas
pessoas seus tesouros ocultos. Só Deus sabe isso perfeitamente, mas nos dá uma dica: amem-se mutuamente,
perdoem-se, acolham-se.
O acolhimento, o perdão, a
aceitação dos outros, a misericórdia, o interesse em conhecê-los, sejam eles
seu filho, filha, pai, mãe, avós, tios, primos, ou mesmo colegas de trabalho,
de lazer, de estudo, de convivência, farão com que descubramos os tesouros
ocultos neles.
E eu lhes garanto, nossa
surpresa será maravilhosa.
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