29/03/14
Sempre me intrigou o fato
da conversão de santos como Santo Agostinho e Carlos de Foucauld, que
antes viviam de modo sensual e contrários ao que o cristianismo pregava.
O que lhes deu força para
vencerem seus problemas, suas manias, sua vida pecaminosa e boêmia?
Não existe pessoa santa e
pessoa pecadora. Todos somos pecadores, sem exceção. O que nos diferencia uns
dos outros é a oração.
Os pregadores não têm nada
a mais do que os ouvintes da Palavra, afora o estudo daquele assunto. A força
de superar-se vem da oração. Deus a concede a quem lha pedir com perseverança.
A prática da caridade
completa esses requisitos para que sejamos atendidos e nos santifiquemos. Diz o
Pai-Nosso: “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.
A graça que Deus nos dá
não é, na maioria das vezes, a de nos livrar de tal vício ou de tal mania, ou
daquela doença, mas a de perseverarmos na luta para vencermos.
S.Paulo enfrentava uma
doença incômoda e a resistência à fé cristã dos israelitas, mas Deus não o
livrou desses problemas, apesar dele ter-lhe pedido por três vezes(2ª Coríntios
12,7-9).
A resposta de Deus é a
mesma que Ele nos dá: “Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força
manifesta todo o seu poder”.
Deus não nos abandona
sozinhos na luta contra o pecado e contra o mal. Ele permanece ao nosso lado.
Entretanto, é preciso querer, com toda a nossa força, livrar-nos daquele mal,
fugirmos das ocasiões, vigiarmos, frequentarmos a igreja, e na igreja a
Eucaristia, se possível diariamente.
Veja o que você entende
com estas palavras de S. Pedro: “Depois de terdes sofrido um pouco, o Deus de
toda a graça, aquele que vos chamou para a sua glória eterna em Cristo, vos há
de restaurar, vos firmará, vos fortalecerá e vos tornará inabaláveis. A ele
toda a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém” (1ª Pedro 5,10-11)
Eu vejo aqui um incentivo
à perseverança na luta. Se cairmos no caminho, não desanimemos, mas levantemo-nos
com muita humildade, como a criança que está aprendendo a andar, e continuemos
a nossa caminhada.
“Deus nos tornará
inabaláveis”, como antes da queda dos nossos primeiros pais, mas não deixamos
de ter o livre arbítrio, não deixamos de estar inclinados ao pecado.
Diz Tiago 4,6-7: “Fuja do
diabo e ele fugirá de você; aproxime-se de Deus e Ele se aproximará de você”.
Essa luta diária, essa
firme decisão de deixar o pecado e fazer a vontade de Deus é que levaram os
santos a abandonarem o pecado para servirem apenas a Deus.
Notem que em nenhum dos
santos se vê a indiferença pelo próximo mas, ao contrário, um trabalho
incessante em favor do outro.
Digamos que a estrutura de
nossa vida de oração está na humildade e na caridade. Sem essas virtudes, logo
desanimamos, ou nossa luta se torna individualista e narcisista.
São Luiz Gonzaga,
considerado o santo da pureza, da castidade perfeita, morreu de esgotamento na
ajuda aos pestilentos da cidade em que morava. Trabalhou tanto que faleceu
sucumbido pela doença que combatia.
Se você está como Elias, deitado, desanimado, à sombra de uma árvore esperando a morte chegar, alimente-se de Deus, levante-se e siga o seu caminho, que é muito longo e precisa ser percorrido. Você não estará sozinho (a). (1ª Reis 19,4-8).
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