quarta-feira, 20 de abril de 2016

A GRAÇA DE DEUS

29/03/14


Sempre me intrigou o fato da conversão de santos como Santo Agostinho e Carlos de Foucauld, que antes viviam de modo sensual e contrários ao que o cristianismo pregava.

O que lhes deu força para vencerem seus problemas, suas manias, sua vida pecaminosa e boêmia?

Não existe pessoa santa e pessoa pecadora. Todos somos pecadores, sem exceção. O que nos diferencia uns dos outros é a oração.

Os pregadores não têm nada a mais do que os ouvintes da Palavra, afora o estudo daquele assunto. A força de superar-se vem da oração. Deus a concede a quem lha pedir com perseverança.

A prática da caridade completa esses requisitos para que sejamos atendidos e nos santifiquemos. Diz o Pai-Nosso: “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.

A graça que Deus nos dá não é, na maioria das vezes, a de nos livrar de tal vício ou de tal mania, ou daquela doença, mas a de perseverarmos na luta para vencermos.

S.Paulo enfrentava uma doença incômoda e a resistência à fé cristã dos israelitas, mas Deus não o livrou desses problemas, apesar dele ter-lhe pedido por três vezes(2ª Coríntios 12,7-9).

A resposta de Deus é a mesma que Ele nos dá: “Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder”.

Deus não nos abandona sozinhos na luta contra o pecado e contra o mal. Ele permanece ao nosso lado. Entretanto, é preciso querer, com toda a nossa força, livrar-nos daquele mal, fugirmos das ocasiões, vigiarmos, frequentarmos a igreja, e na igreja a Eucaristia, se possível diariamente.

Veja o que você entende com estas palavras de S. Pedro: “Depois de terdes sofrido um pouco, o Deus de toda a graça, aquele que vos chamou para a sua glória eterna em Cristo, vos há de restaurar, vos firmará, vos fortalecerá e vos tornará inabaláveis. A ele toda a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém” (1ª Pedro 5,10-11)

Eu vejo aqui um incentivo à perseverança na luta. Se cairmos no caminho, não desanimemos, mas levantemo-nos com muita humildade, como a criança que está aprendendo a andar, e continuemos a nossa caminhada.

“Deus nos tornará inabaláveis”, como antes da queda dos nossos primeiros pais, mas não deixamos de ter o livre arbítrio, não deixamos de estar inclinados ao pecado.
Diz Tiago 4,6-7: “Fuja do diabo e ele fugirá de você; aproxime-se de Deus e Ele se aproximará de você”.

Essa luta diária, essa firme decisão de deixar o pecado e fazer a vontade de Deus é que levaram os santos a abandonarem o pecado para servirem apenas a Deus.
Notem que em nenhum dos santos se vê a indiferença pelo próximo mas, ao contrário, um trabalho incessante em favor do outro.

Digamos que a estrutura de nossa vida de oração está na humildade e na caridade. Sem essas virtudes, logo desanimamos, ou nossa luta se torna individualista e narcisista.

São Luiz Gonzaga, considerado o santo da pureza, da castidade perfeita, morreu de esgotamento na ajuda aos pestilentos da cidade em que morava. Trabalhou tanto que faleceu sucumbido pela doença que combatia.

Se você está como Elias, deitado, desanimado, à sombra de uma árvore esperando a morte chegar, alimente-se de Deus, levante-se e siga o seu caminho, que é muito longo e precisa ser percorrido. Você não estará sozinho (a). (1ª Reis 19,4-8).

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