sábado, 20 de maio de 2017

VIVER O DIA DE HOJE



Um dos aspectos da simplicidade é viver o dia de hoje, o presente. Não se preocupar com o passado, que não mais dominamos, nem com o futuro, que desconhecemos porque ainda não existe, e depende de minhas decisões de agora.
Santa Faustina Kowalska e uma legião de santos, incluindo o Papa João XXIII, cultivavam essa espiritualidade do "Só por hoje", aliás, muito utilizada na cura da dependência química. Eu acho magistral a interpretação que dá, a esse assunto, S. Paulo Apóstolo, em Efésios 4,17-24 e Filipenses 3,13-14.16:

"(...) Não andeis(...) na futilidade dos vossos pensamentos, com entendimento entenebrecido, alienados da vida de Deus pela ignorância e pela dureza dos seus corações(...)";

"(Em Jesus) fostes ensinados a remover o vosso modo de vida anterior - o homem velho, que se corrompe ao sabor das concupiscências enganosas - e a renovar-vos pela transformação espiritual da vossa mente, e revesti-vos do Homem Novo, criado segundo Deus na justiça e na santidade da verdade."

(Filipenses) "Esquecendo-me do que fica para trás e avançando para o que está diante, prossigo para o alvo, para o prêmio da vocação do alto, que vem de Deus em Cristo Jesus. Entretanto, qualquer que seja o ponto a que chegamos, conservemos o rumo!"

É bom lembrar, aqui, que "esquecer" não é tirar da mente, mas sim, não se apegar ao passado, perdoar-se, sentir-se perdoado por Deus, não depender do passado para viver e ser feliz. Precisamos ter consciência de que podemos, sim, romper com tudo o que ainda estiver nos prendendo ao passado, que nos impede de prosseguirmos a caminhada. Diz Provérbios 23,26:

"Meu filho, dá-me teu coração e que teus olhos gostem dos meus caminhos!"

De fato, não dá certo recalcarmos o nosso passado, querer esquecê-lo: isso faz piorar as coisas. É preciso que aprendamos a assumi-lo e a superá-lo, mas sem nunca negá-lo. É da negação do passado que surgem os problemas psicológicos. Temos que enfrentar o que somos agora, pois somos o que preparamos pelo nosso passado. Como diz Jesus, colhemos o que plantamos.

A simplicidade e pobreza de vida se refletem nesses atos de humildade, quando com muita sinceridade confirmamos o que realmente somos, mas, pedindo perdão dos nossos pecados, recomeçamos uma vida nova, nos braços do Pai/Mãe Deus. 


 

Aceitar os "estragos" do passado, repará-los, e viver apenas no presente, num presente em que nos realizamos como pessoa humana, cristã, como filhos de Deus.


Aqui se aplica bem a simplicidade e a pobreza, no sentido de vivermos plenamente em Deus, numa dependência divina, ao contrário do que fez Adão e Eva e Lúcifer. Eles quiseram viver por si mesmos; nós queremos viver em Deus, com a ajuda de Deus, confiando em sua onipotência e misericórdia, em sua divina sabedoria que nada nos faltará, que estamos caminhando pelos seus caminhos.

Maria, Mãe dos caminheiros, nos ajudará a "fazer tudo o que Jesus disser", nos ajudará a sermos, como ela, humildes servos e servas do Senhor, humildes eremitas de Jesus Misericordioso.

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