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Foi nesse tempo que o Sr. Benedito viveu. Ele deve estar aí no meio desse pessoal |
Morava numa vila do interior
de S. Paulo onde havia coleta de lixo com animais e carroça. Aliás, apenas um
homem era pago para fazer isso: Sr. Benedito, conhecido como Dito lixeiro.
Católico praticante, criou
vários filhos, que se formaram em faculdades, mas morreu no seu trabalho. Era
congregado mariano fidelíssimo e participava de todas as celebrações da Igreja.
Éramos todos jovens, talvez
eu tivesse uns 15 anos. Gostávamos muito quando ele chegava tocando um sino
feito de lata, som horrível, anunciando a coleta. Todos saíamos nas portas,
para pôr a lata de lixo ou para recolhê-la.
A festa começava aí. As
crianças se aproximavam, ele as carregava e permitia que elas tocassem o sino.
Depois íamos em frente a um burro, chamado “macaco”, ao lado de uma égua. O Sr.
Dito dizia ao burro: “Dá o pé, macaco!” - E o burro levantava a pata. Como
gostávamos disso!
Muitas vezes, quando eu o
encontrava, falávamos sobre a Igreja, a Congregação Mariana, a catequese, as
procissões. Ele cantava muito bem, bastante alto, animando-nos a cantar também.
Que saudade do Sr. Dito
lixeiro e do burro “Macaco'! Como fazem falta: Aliás, nossa infância, nossa
juventude, fazem muita falta. E homens simples e sábios como o Sr. Benedito.
Ele fazia seu trabalho com
muito amor e alegria. Nunca vi alguém tão alegre e feliz quanto ele em seu
trabalho, que era difícil, pesado, cansativo e sujo, que deixaria qualquer
pessoa mal-humorada! Mas não para aquele homem.
Seu sorriso, sua alegria,
sua paciência com as crianças e com tudo o mais eram contagiantes e nos educavam
muito na caminhada.
O que faz uma pessoa feliz
não são os acontecimentos, ou como ela vive, mas sim aquela paz íntima do
coração que só o Cristo traz. Disse Santa Teresinha: “A alegria não está
nos objetos, mas no mais íntimo do coração. Podemos senti-la no mais luxuoso
palácio ou na mais triste prisão”. E isso é verdade!
Isso se realizou na vida do
Sr. Dito Lixeiro. Ele soube como vencer as provações, as dificuldades, com a
paz, a alegria. Era um homem sofrido, mas feliz. Pobre, mas teve todos os seus
filhos estudados.
Sempre me lembro da foto serena e sorridente do Sr. Benedito, no cemitério da antiga vila, agora
uma populosa cidade. E também sorrio para a vida, como aprendi com ele. Sr.
Dito, muito obrigado!
E ROGAI POR NÓS!
E ROGAI POR NÓS!
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