sábado, 20 de maio de 2017

A DEPRESSÃO DOS FAMOSOS


(Set. 2015)

Pode ser que eu esteja errado, mas penso que a depressão seja uma doença mista, ou seja, provêm em parte de algum problema no cérebro e, ao mesmo tempo, de algum problema psicológico.

Aqui vou falar algo sobre essa última causa, a psicológica.

Qualquer pessoa que tenha uma profissão ou atitude de vida que a destaque das demais, torna-se um tipo de protótipo, de modelo, que é amado e imitado por alguns e odiado e detestado por outros: cantores, artistas, professores, jogadores etc.

Pessoas desse tipo devem ser muito humildes e ter muita caridade e misericórdia de si mesmas, além da que é devida às outras pessoas. Acho que essa é a peça fundamental do desequilíbrio psicológico que causa ou faz piorar a depressão.

A pessoa famosa sabe que tem uma determinada imagem, mas é quase que cotidianamente acossada pelos seus pontos fracos ou mesmo pelas tendências normais de todos os seres humanos.

Nossa carne sempre nos lembra de que não somos anjos, mas animais, embora racionais. O próprio Apóstolo São Paulo se queixava disso: “Quem me livrará deste corpo de morte?” (Romanos 7,24). Um pouco antes desse versículo ele diz que faz o que não quer e não faz o que realmente deseja fazer (vers. 15).

Para não haver recalques e piora dos sintomas de depressão, é preciso muita humildade e confiança em Deus, é preciso aceitar-se como se é, a fim de que a sensação de que “não sou aquilo que o povo pensa que eu sou” não tome conta de nós e não se transforme em doença.

Os santos souberam magistralmente lidar com isso, pois confessavam-se sempre pecadores, embora saibamos que exageravam nessa “confissão”. E dificilmente caíam em depressão.

A solução é, pois, permanecermos com os pés no chão e nos conscientizarmos que nossa boa fama não vai automaticamente livrar-nos de pensamentos e desejos “selvagens” (como a ira, por exemplo). Somos feitos de corpo animal e alma imortal. Enquanto vivermos nesta terra, sempre estaremos recebendo os impulsos instintivos do “Irmão Corpo”, como dizia S. Francisco.Aliás, é esse o motivo pelo qual alguns santos tanto faziam penitência: para fazer calar a voz do corpo, mas eles, quando muito apenas conseguiam amainá-la. É também o motivo pelo qual não caíam em depressão embora muitos deles foram caluniados e vilipendiados pelas autoridades e mesmo pelo povo das diversas épocas. Somos o que somos diante de Deus, e nada mais! 

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