quinta-feira, 20 de abril de 2017

A MÍDIA NOSSA DE CADA DIA

O que vos digo às escura, dizei-o à luz do dia: o que vos é dito aos ouvidos, proclamai-o sobre os telhados” (Mt 10,27).
Essa é a missão da Mídia: anunciar a todos tudo o que for bom para que o ser humano seja cada vez mais digno e feliz. A mídia é algo imprescindível nos dias de hoje. Sem ela, não há mundo atual nem mundo futuro.

Entretanto, tem havido muito abuso no uso dela. A mídia tem usado o seu poder por algumas pessoas gananciosas que querem lucrar a qualquer custo. Pessoas e entidades são desonradas e destruídas, em nome da liberdade de expressão.

A mídia explora os instintos mais básicos do ser humano em vista do lucro, possivelmente o mais fácil possível.

O escândalo é o prato cheio dela. As honras são massacradas como a gente mata uma barata. Não se pensa nas consequências, que às vezes são mais drásticas do que o mal cujo término pretendia-se executar.

Conheço, por exemplo, várias pessoas presas que são completamente inocentes. Estão na prisão por pura calúnia e processo mal defendido. Qualquer mulher, atualmente, pode colocar um homem na prisão, acusando-o falsamente. Não se exige provas para a prisão, em muitos dos casos.

Sei de um homem que foi acusado pela esposa, que estava com raiva dele, e foi preso. Ela se arrependeu e pesquisou o que poderia fazer: se voltasse atrás e desmentisse, ela é que iria presa. Final da história: ele precisou se conformar com a besteira feita e visitava o marido em todos os dias de visita. Ele a perdoou, pois não tinha mais ninguém a quem recorrer.

Mesmo quando alguém é inocentado, a honra dessa pessoa fica manchada pelo restante de sua vida. Um outro amigo meu foi difamado pelo programa “Linha direta” da Tevê Globo, como assassino: um programa todo. Um ano e três meses depois ele foi absolvido. A Globo gastou três minutos para anunciar: “Fulano foi absolvido”. Quem viu isso? E quantos não se lembravam do programa difamador?

Quanto ao “BBB”: O escritor e cronista Luís Fernando Veríssimo comentou, num artigo:

“Eu gostaria de perguntar se ele (o apresentador na época deste artigo) não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.”

E comenta um cálculo feito por um radialista, de que a Globo arrecadou, na época, mais de oito milhões de reais nessa “brincadeira”, só das ligações telefônicas dos telespectadores. É o preço de 500 casas populares ou mais de 5000 computadores (comenta Veríssimo).

Outro problema da Mídia é a falsidade das propagandas. Certa vez eu vi um anúncio de sabão em pó, falando sobre a brancura de um enorme lençol sujo, lavado com aquele sabão. Eu via umas letrinhas apressadas correndo na parte inferior da tela. Gravei, pausei e li: “Este resultado se obtêm após onze lavagens”.

Em busca da audiência, mentiras são forjadas, frases adulteradas, pessoas esmagadas. A mídia tem um poder imenso e pode dirigir a opinião pública ao patamar (ou ao lodo?) a que desejar. Quantas das coisas que você usa você realmente necessita para viver? Pense um pouco! Reflita! Busque em sua vida, ao seu redor, do que você realmente precisa, e verá que são poucas coisas.

Os pais da Igreja que viveram no deserto, como Santo Antão e S. Paulo do Egito viveram no deserto, quase sem nada, a vida toda, ou quase a vida toda, e morreram centenários! Sto. Antão morreu com 104 anos e o outro com 112! Este último, morava numa gruta.

Muitos sempre acreditam no que a mídia diz, quando se refere aos outros. Ou seja: quando a mídia fala dos outros, ela fala a verdade. Quando fala da própria pessoa sempre mente, pois a pessoa conhece sua vida e sabe que é mentira.

Caiamos na real e percebamos quantas coisas há nas publicações vistas diariamente que não correspondem à verdade, ou no mínimo são exageradas e desprovidas de fundamento.

Vejo pessoas dignas terem seus nomes conspurcados por mentiras e falsidades; tudo com vistas no Ibope e no lucro fácil.

Amigos (as), a liberdade começa no “Ter-se em mãos” , como dizia Kant, no autodomínio, no autocontrole das próprias necessidades. Ser livre é saber controlar os próprios desejos e opções.

A mídia deve ser usada segundo as palavras de Jesus ditas no início: anunciando “Por cima dos telhados” tudo o que dignifica o ser humano.

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