sexta-feira, 25 de maio de 2018

EVANGELIZADOR NÃO MENTE!

25/09/2010- postado em 02/02/17)

Certo dia um confrade de Santo Tomás de Aquino o interrompeu de seu estudo gritando: “Frei Tomás! Venha ver um boi voando!
Santo Tomás levantou-se e foi à janela ver o boi que voava. O seu colega, rindo, lhe disse: “Que ingenuidade, frei Tomás! O senhor sabe que bois não voam”! E Santo Tomás replicou com tristeza: “Pois eu preferiria ver um boi voando a ver um religioso mentir”!

É impensável a um evangelizador mentir, mesmo por brincadeira. Quando não der para falar a verdade, é melhor não dizer nada, ou simplesmente tornar pública a impossibilidade de se falar naquele assunto, mas nunca, nunca mentir.

Diz Jesus em Mt 5,37: “Seja teu falar sim, quando for sim; não, quando for não. Tudo o mais procede do maligno”. 

Não é bem uma mentira, mas é incrível como no seminário, principalmente nos missionários, escondem a verdade das missões. Fazem teatrinhos mostrando coisas poéticas, melosas, e não mostram a realidade nua e crua das terras inóspitas que os coitados dos missionários vão enfrentar. Que haja, sim, um pouco de poesia, mas não se esconda a dificuldade da missão. Vai para as missões quem achar que é, realmente, sua vocação. Ninguém seja “enganado” nesse assunto! 

EFÉSIOS 4,32-5,3.6-8.13 

Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo. Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; 

E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave. 

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. 

Portanto, não sejais seus companheiros. 

Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz. 

Vers. 13: “Tudo o que é condenável e é manifestado pela luz, é luz”. 

Quando a pessoa se arrepende de algum pecado e o confessa com sinceridade, sem mentiras, isso se torna luz, esse ato de amor e de sinceridade se torna um elemento verdadeiro para a santidade. 

SÃO CARLOS BORROMEU (1538-1584) 

Texto pronunciado no último sínodo de que participou (Of. Leit. 4 de novembro) 

“Somos todos fracos (...) mas o Senhor Deus nos entregou meios com que, se quisermos, poderemos ser fortalecidos com facilidade. Para ter vida íntegra, ser continente, ter um comportamento santo, é preciso jejuar, orar, fugir das más conversas, fugir das familiaridades nocivas e perigosas”. 

O santo cardeal continua, lembrando que devemos nos preparar mentalmente para a oração comunitária, a fim de a aproveitarmos. 

SE uma fagulha do amor divino já se acendeu, não mostrá-la logo, não expô-la ao vento; manter encoberta a lâmpada para não se esfriar e não perder o calor, ou seja, fugir das distrações, ficar recolhido em Deus. 

Para uma boa pregação, estudar e se preparar. Pregar primeiro com a vida e com o comportamento, para não pregar uma coisa e fazer outra. Não negligenciar a si mesmo. 

A oração mental que precede acompanha e segue todos os nossos atos: meditar no que está fazendo, elevando aquilo a Deus; não fazer nada distraidamente. 

Acho esse trecho do discurso dele muito útil para a vida dos evangelizadores. Às vezes lemos as leituras do Ofício das Leituras (quando as lemos!) tão automaticamente que nem tomamos conhecimento do que lemos (infelizmente eu sou um deles). 

São Carlos Borromeu lembra: meditar sempre, nunca se distrair nas orações. 

Já o Padre Howard, que nos anos 90 trabalhava no Brooklin (lugar pobre) dos USA, disse num retiro de Atibaia que se aproveitarmos pelo menos cinco minutos de nossa Hora Santa, já a aproveitamos bem. 

Fica aí o impasse. Eu prefiro mais a opinião do Howard. Devemos caprichar, mas se não conseguirmos, não desanimar: aproveitar os minutos que conseguimos nos concentrar. 

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