sexta-feira, 25 de maio de 2018

EVANGELIZADOR ACOLHEDOR

25/09/2010- postado em 02/02/17)


Por que muitos católicos mudam de religião?Eu acredito que o motivo mais comum é porque lá eles se acham acolhidos e na Igreja Católica, não.


É impressionante o pouco caso que muitas vezes fazemos em relação aos que nos procuram! Às vezes os atendemos fazendo outras coisas, como se eles estivessem nos incomodando. Aliás, muitas vezes o objetivo é esse mesmo: mostrar-lhes que estão incomodando! E fazemos questão de olharmos para o relógio se a pessoa estiver demorando!

Jesus sempre encontrava tempo para atender a todos. Quando ele não podia atender, se retirava a lugares desertos ou ia para outros lugares. Sabia que, se ficasse, iria atender. Nós reservamos nosso tempo para aquilo que achamos mais importante. Entretanto, pergunto: o que é, realmente, importante?

Segundo a bíblia, o primeiro mandamento é o amor a Deus. O segundo, amar ao próximo. Nunca vi na bíblia que o segundo mandamento seria celebrar a missa, ou benzer a água e objetos, ou fazer casamentos, ou coisas desse tipo que damos como “álibi” para não atendermos pessoas que não “programamos” atender naquele dia.

Talvez quando assim procedemos, queiramos ser tratados como “egrégios senhores” e não como humildes servidores, humildes pastores do povo. Ora, não somos senhores! Somos pastores, vivemos ou pelo menos deveríamos viver no meio do povo!

É incrível como muitos evangelizadores são tratados como “egrégios senhores”! 

Precisamos, pois aprender com Jesus a sermos acolhedores, e com muitos outros evangelizadores de outras denominações religiosas.

Precisamos também aprender com os profissionais de marketing de vendas. Eles atendem bem para ganharem compradores e manterem seus empregos. Nós devemos trabalhar e atender bem para ganharmos pessoas para o Reino de Deus. Se não fizermos isso, quem não vai pra lá somos nós!

Os católicos que se reúnem em comunidades de base ou em grupos pequenos perseveram mais na religião. Os que só vão à missa dominical e não participam de mais nada, esses são os que mais mudam de religião. Não têm raízes que os pequenos grupos fazem aparecer.

Quando eu era criança um tio meu que nunca tinha ido à missa, foi, certo dia. Ele não tinha uma das pernas. Sentou-se no lado esquerdo e um congregado mariano disse que lá era lugar deles. Foi para o lado direito e uma senhora do Apostolado lhe disse que lá era o lugar delas. Ele saiu dali e nunca mais voltou à igreja.

Os católicos que continuam católicos o fazem por garra, por amor, pois, se dependessem de nosso bom atendimento... Lembro que a equipe de acolhida não substitui a boa acolhida que o padre ou o evangelizador deve proporcionar.

“Eu vim para servir e não para ser servido” (Mateus 20, 28; Marcos 10, 45).

Outra coisa importante é que não precisamos ter sempre respostas para tudo que nos perguntam. Quando você não souber resolver a questão, diga isso! Seja honesto (a) com os que o (a) procuram! Pelo menos a pessoa conseguiu desabafar-se, e isso talvez era a única coisa que ela queria.

Dar uma solução ou uma resposta precipitada e sem conhecimento de causa pode piorar a situação da pessoa. Não sou dono da verdade só porque sou padre, ou pastor, ou quem atende. Muitas vezes respondemos logo, nem ouvimos direito a pessoa, para nos livrar dela. Isso é muito frustrante!

Tive um colega que resolveu mudar de vida e procurou um padre para se confessar. Queria falar com o padre, e não apenas pedir perdão. O padre ouviu todas as barbaridades que ele lhe falou e, em vez de orientá-lo, mandou que ele rezasse algumas ave-marias e não lhe disse nenhuma palavra. O rapaz saiu da igreja e acabou entrando nas Testemunhas de Jeová. Eu o conheci já nessa seita. Eles o atenderam bem!

As pessoas que nos procuram precisam saber quais pontos de suas vidas estão corretos. Às vezes não precisamos dar uma nova “receita” de vida. Elas precisam perceber os caminhos do Espírito Santo em suas vidas. Se lhes dermos respostas prontas, sem levar isso em consideração, estamos “matando” a vida espiritual das pessoas, e tudo o que elas já conseguiram de bom nesse aspecto.

O Espírito Santo não está apenas com o (a) evangelizador (a), mas “Ele está no meio de nós”! Se ele está no meio de nós, por que não considerarmos válidas certas ações e conquistas das pessoas que nos procuram?

O melhor modo de cumprirmos o primeiro mandamento é capricharmos no segundo, ou seja, amarmos o próximo, atendermos o próximo quando de nós se aproxima. Esqueçamos o resto, ou, se não pudermos, marquemos um outro encontro. Ela vai entender. 

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