(01/09/15)
Era um meu amigo de infância e tínhamos 10 anos de idade. Eu ganhara um patinete no Natal (modelo antigo, é claro, bem pesado, feito de ferro e madeira, pneus de borracha da Amazônia) e brincava com ele numa calçada longa quando ele chegou e pediu-me para dar uma voltinha. Eu permiti, mas ele também pediu-me que o empurrasse, que ele me empurraria depois.
Eu suei. Quando chegou a minha vez de ser empurrado no patinete, ele simplesmente não quis. Que decepção!
Foi a primeira vez que me deparei com a injustiça e a exploração dos mais fracos (no caso, eu) pelos mais fortes (no caso, ele).
Curti, então, a partir desse fato, aversão por tudo o que implica em aproveitar-se do outro, em fazer o outro de bobo.
Na tevê há vários programas que fazem isso. Em certas ocasiões tive que ver um ou outro, ou melhor, escutar, porque eu lia outra coisa, e me impressionei como os outros colegas até “babavam” com as “pegadinhas” sem nenhuma graça (pelo menos para mim) feitas na telinha.
Deus vê tudo o que fazemos e isso é algo que ele abomina: fazer o outro de bobo. No Sermão da Montanha Jesus diz que peca quem faz o irmão de bobo. Deus ouve a prece dos injustiçados e lembremo-nos de que “a vingança pertence a Deus” (Romanos 12, 17-21).
Apenas duas crianças brincando com um patinete, um suando para empurrar e o outro se divertindo à custa do coitado. Ali, em germe, estava o que faz o mundo viver na injustiça e no afastamento de Deus: querer tirar vantagem de tudo (como o Gerson) e de todos, fazer o outro de bobo! (Qualquer semelhança com certos políticos não é mera coincidência!).
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