A palavra “santo” significa “consagrado”. Pelo batismo nós nos tornamos santos, ou seja, consagrados. O cálice da missa, por exemplo, é santo, ou seja, consagrado, para nele ser colocado o Corpo e o Sangue de Cristo. Nós nos chocaríamos, nos escandalizaríamos se víssemos alguém tomar uma pinga ou mesmo café no cálice consagrado. No entanto, fazemos muito pior com o nosso corpo e a nossa alma, profanando-os com tantas coisas perniciosas.
Em 8/3/2021 eu tive um sonho muito bonito em que eu pregava em estradas poeirentas e para grupos de pessoas reunidas ao longo dessas estradas. A principal frase da pregação que eu fazia, lembro-me de que era mais ou menos isto:
"A chave da santidade é o reconhecimento dos próprios pecados. Geralmente temos mais facilidade em reconhecer os pecados dos outros do que o nosso. E eu sou um deles".
O pecado pode ser grave (mortal) ou leve (venial). Diz São João em 1ª João 5,17: “Toda iniquidade é pecado, mas há um pecado que não conduz à morte”. E no vers. 16B, acrescenta: “...Existe um pecado que conduz à morte”.
A Igreja ensina que há três condições para que um pecado seja grave:
primeira – a matéria seja grave;
segunda- a pessoa tenha consciência do que está fazendo;
terceira- a pessoa tenha pleno consentimento do que está fazendo.
Por exemplo: nem sempre matar uma pessoa é pecado. Vou dar dois exemplos: um ladrão mata alguém para roubar: isso é pecado grave. Mas se alguém, que estava sendo roubado, mata o ladrão em legítima defesa: isso não foi pecado algum. Veja bem:
1- a matéria foi grave nos dois casos, pois alguém morreu.
2- nos dois casos houve plena consciência do que se estava fazendo. Ou seja, os dois estavam conscientes e sabiam que matar é pecado e crime.
3- Não houve pleno consentimento por parte daquele que estava sendo roubado, ao passo que houve pleno consentimento naquele que estava roubando. Aí está a diferença entre pecado e não pecado.
Devemos buscar a santidade por vários motivos:
-sermos agradecidos a Deus que nos criou, nos redimiu, nos dá uma vida eterna;
-para participarmos dessa vida eterna;
-para estarmos mais de acordo com o projeto de Deus ao nos criar. Como o liquidificador não foi feito para lavar meias (e não fazemos isso), o nosso corpo não foi feito para o pecado (e fazemos isso). Pecar é, portanto, como lavar meias no liquidificador. Nós somos a imagem e a semelhança de Deus. Quanto mais nos adequarmos a essa semelhança, mais feliz seremos.
-para sermos realmente felizes. O pecado, principalmente quando é um vício, nos escraviza. A santidade nos liberta e nos enche de alegria, paz, bem-estar e uma verdadeira segurança.
No mundo de hoje, é muito difícil seguir o caminho da santidade. Há maneiras muito fáceis de se voltar contra o que Deus quer para nós. A felicidade nos é apresentada nas coisas materiais e na satisfação de nossas necessidades biológicas, e, pior ainda, nas falsas necessidades biológicas. O que foi criado conosco, por Deus, para conseguirmos viver uma vida tranquila na Terra antes de irmos à nossa morada definitiva no céu, torna-se, graças aos vícios e ao mal, um verdadeiro inferno.
A santidade não depende apenas de nosso empenho pessoal: é preciso que a peçamos constantemente, diariamente a Deus. Ele facilitará nosso caminho se o deixamos agir em nós. Ele nos dará forças para atingirmos a santidade. Peça-a em todo o seu tempo de oração. Não deixe de pedi-la um dia sequer!
Sugestões:
1- Em primeiríssimo lugar, reconhecer os próprios pecados da mesma maneira como reconhecemos de imediato os pecados alheios.
2- Procurar ser perfeito em tudo o que faz;
3- Pedir humildemente perdão quando errar, e recomeçar a luta.
4- A santidade não está em não pecar, mas em não desistir da luta e sempre procurar estar na presença de Deus.
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