“EPITÁFIO” DOS 78 ANOS
(Meu aniversário de 78 anos).
A pequena ponte de madeira da minha infância já não mais existe, pois agora é uma ponde de concreto. Entretanto, a água continua a passar.
A fonte de outrora, que antes estava fora da cidade, agora está no meio da praça. A cidade chegou até lá. Não é mais cercada de folhagens, de pássaros, mas... de concreto e pedras. Mas a água continua a jorrar, tão limpa quanto antes, pelo cuidado dos responsáveis.
Minha vitrola não mais funciona, meus discos estão riscados, mas eu continuo a ouvi-los nos canais do YouTube.
Minha tevê antiga já não funciona, mas eu continuo a ver os programas numa tevê Smart muito boa.
Minhas fitas VHS não mais funcionam, mas consegui copiar tudo num pen-drive e seu conteúdo continua acessível.
Meus colegas de infância... muitos não vejo há anos, muitos morreram, mas tanto uns como outros continuam a viver na minha lembrança e, os falecidos, continuam vivos no Além.
Meus avós, meus pais, faleceram..., mas parte de cada um deles continua em mim...
O cineminha da cidade, naquele tempo tão pequena, já não existe, mas continuo a ver os filmes na tevê Smart ou em cinemas da cidade vizinha, que os tem em abundância.
Antigamente, para acender o fogão, eu pedia brasa emprestada da vizinha, pois eu era adolescente e tinha preguiça de acender o carvão... agora basta apertar um botão!
Eu ia escrever um epitáfio, mas as coisas melhoraram muito depois desse tempo todo. É certo que estou um pouco “amassado”, enrugado, mas... que bom é poder ainda aproveitar toda essa maravilha da época moderna! Quis escrever um epitáfio, mas saiu uma certidão de nascimento: vida nova, invenções novas, a vida é sempre um recomeço!
Os tempos antigos podem ter sido deliciosos, simples, bucólicos, mas... os saudosistas me desculpem! Como a vida hoje está muito mais fácil!
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