domingo, 31 de março de 2013

POESIAS - A CRIAÇÃO 02

 

PITOCO, NOSSO CÃOZINHO

(22/02/15)

F-160

Pitoco, que saudade!

Que falta você nos faz!

A sua lealdade

muitas lembranças nos traz.

 

De ratos matador rijo,

você ia correndo os pegar!

Na terra, seu esconderijo,

ninguém os podia encontrar.

 

Correndo chegava da rua,

não comia da marmita,

nem carne cozida ou crua,

deixando sua dona aflita.

 

Ração! Eis o que ela lhe dava,

você comia obrigado!

Pois o que lhe agradava,

era um ratinho assustado!

 

Cachorrinho tão amado,

ninguém sabe seu paradeiro!

Saiu daqui apressado,

perdeu-se por inteiro!

 

Sua caminha, agora gelada,

já foi antes tão quente!

Você foi a mais amada

das criaturas “não-gente”!

 

O PEIXINHO

26/01/16

F-249

O peixinho, logo que nasceu,

viu seu irmão ser comido

por um peixe que ali apareceu

e fugiu, apavorado, esbaforido

 

De esconderijo em esconderijo

nosso peixinho tornou-se um peixão,

de vontade era forte e rijo,

não iria se alimentar dos irmãos!

 

Certo dia, entretanto,

a fome foi mais forte e voraz,

e, sem nenhum conquanto,

de devorar peixinhos foi capaz!

 

Na vida isso se repete,

a maldade, difusa, é um tormento!

ser mau dá manchete,

o irmão é feito alimento!

 

INFELIZMENTE

12/03/16

F-261

Infelizmente vejo o mundo,

antes bonito e formoso,

agora estéril e imundo,

tão triste e tão choroso!

 

Peço a Deus que nos perdoe,

que nos faça ver essa besteira

que ele um dia nos abençoe

por termos salvo a terra inteira!

 

O PERCEVEJO, O PERNILONGO, A ARANHA

13/03/16

F-264

O percevejo e o pernilongo se juntaram

diante de uma faminta aranha.

Entre eles, diante dela apostaram

quem mais sangue chuparia, uma façanha!

 

Um coitado ali por perto

foi chupado a mais não poder,

mas só quando ficou desperto

viu que nada mais podia fazer!

 

Satisfeitos e engordados,

subiram na balança, como dantes.

O percevejo ganhou estourado,

tinham a aranha por comandante.

 

Ela cumprimentou os dois,

que entraram na negra teia.

Mas a aranha não deixou pra depois,

comeu os dois, que coisa feia!

 

Afinal, essa aranha assanhada

foi a única que ganhou a parada!



O PATINHO

03/08/16

F-297

O patinho picou o ovo e nasceu

debaixo da galinha, de repente.

A galinha, de susto, quase morreu,

ao ver aquele bico tão diferente.

 

Todos nascidos, o ninho deixaram,

a galinha os fazia comer.

O patinho, quando terminaram,

dirigiu-se ao lago, a correr.

 

Nadava tão bem o pestinha!

Os demais se entretinham a brincar,

mas dava até dó ver a galinha

chamando o patinho, ao vê-lo nadar!



O MARREQUINHO

08/10/16

F-321

O marreco perguntou pra marreca

onde estava o marrequinho.

A marreca respondeu pro marreco

que ele devia estar lá no ninho.

 

O marreco foi lá, de fininho,

 e encontrou o filhote dormindo.

Bicou-o de leve, com carinho,

e saiu dali, todo sorrindo.

 

Mal o marreco foi embora,

fingindo que estava o marrequinho,

do ninho logo deu o fora

e foi brincar com o passarinho.

 

No fim do dia, todos cansados,

cada um foi pro seu ninho.

O marrequinho, fatigado,

de tanto brincar com o passarinho.



O GALO E A GALINHA

09/10/16

F-322

O galo perguntou à galinha:

“onde está o meu esporão”?

A galinha ficou quietinha,

o galo disse um palavrão.

 

Procurou em quantas coisas tinha

mas nada encontrou.

Foi de novo até à galinha

e delicadamente perguntou:

 

“Querida esposa minha,

onde você colocou o meu esporão”?

Enfadada, respondeu a galinha:

“O seu esporão? Eu coloquei no feijão”!

Nenhum comentário:

Postar um comentário