sexta-feira, 31 de agosto de 2018

INIMIGO MEU



INIMIGO MEU, "Inimigo íntimo" 

Esse é o nome de um filme antigo, em que um homem e uma criatura de outro planeta, um tipo de lagarto, também racional, caem por acidente no planeta Marte e são obrigados a conviverem, apesar de serem inimigos. Tornam-se "inimigos íntimos".
A luta pela sobrevivência os uniu a tal ponto que se tornaram mais íntimos do que dois irmãos. Juntos descobrem uma rocha que “fabrica” oxigênio, uma fonte de água numa gruta e um tipo de alimento. 

O lagarto tem um filho (era hermafrodita), mas morre após o parto e o ser humano se torna o “tio” de seu filho, e lhe ensina a falar o idioma paterno, que ele próprio aprendera com o lagarto. Após resgatados pelos da raça do lagarto, o ser humano apresenta o já rapazinho no planeta de origem, numa cerimônia do tipo “bar-mitzvá” judaica (neste site há um artigo sobre essa cerimônia). 

Um escritor meu amigo diz que o nosso inimigo íntimo somos nós mesmos. E ele tem razão! Diz S. Paulo que nada ou ninguém poderá nos separar do amor de Cristo: nem a tribulação, nem a angústia, nem o perigo, nem a espada (Romanos 8,35). O único que pode  separar alguém do amor de Cristo é apenas ele próprio! Por isso é que nós podemos muitas vezes ser nosso próprio inimigo, e como ninguém está mais próximo de nós que nós mesmos, somos o nosso inimigo íntimo. 

Como podemos combater um inimigo? Acho que a primeira coisa que nos vem à mente é “conhecendo-o”. E é isso mesmo! Conhecer o inimigo, suas fraquezas, suas manias, seus medos, a causa de seus problemas e de seus erros. 

Isso é o que também devemos fazer para conhecer o nosso inimigo intimo, o nosso eu. Para isso, é preciso muita sinceridade e humildade. Não podemos ser condescendentes para com nós mesmos ao desvendar nossos melindres, nossas manias, nossos erros, e procurarmos conhecer a causa disso tudo. Eu até agora sofro vários constrangimentos por ter sido muito condescendente para comigo mesmo, e peno com as consequências disso. Não cometa o mesmo erro! 

Descoberta a causa, vamos combatê-la, enfrentá-la, assumi-la, para decepá-la. Você não conseguiria amputar um tumor maligno sem descobri-lo antes! Assim, da mesma forma, não poderemos extirpar de nós o câncer do pecado, da maldade, do desvio do bom caminho, sem antes conhecê-lo e assumi-lo. 

Assumir o erro, a causa dos nossos erros, não significa acolhê-los: assumimos justamente para mudar nossa vida para melhor, para vencê-los, para que fiquemos livres, a fim de recomeçarmos nossa vida. 

Jesus fala muito da renúncia para seu seguimento, desvestir-nos do homem velho, colocarmos o vinho novo em odres novos, mas isso não é possível sem descobrirmos onde etão esses odres velhos, essa roupa velha que estamos vestindo. Muitos mendigos vestem roupas sujas, com mau cheiro, mas eles mesmos não percebem isso! 

Jesus nos chama e nos convida a convivermos com nosso inimigo íntimo com muito amor: “Amai os vossos inimigos!” Tenhamos coragem de nos descobrirmos e nos vencermos, para que nosso “inimigo íntimo” não nos leve à perdição eterna! 

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