sexta-feira, 29 de junho de 2012

CURSO DE BATISMO

 PREPARAÇÃO AO BATISMO 



1° O BATISMO
O batismo é o primeiro sacramento, que transforma a pessoa pagã numa pessoa cristã, dentro do plano de Deus para nossa salvação. O batismo nos abre para a graça de Deus. 

Ao mesmo tempo, o batismo nos faz participantes da comunidade católica, que ama a Deus e ao próximo e obedece ao Sumo Pontífice, o Papa, que aceitamos como sucessor de São Pedro. 

O batismo só tem sentido se nós assumirmos em nossa vida o amor a Deus sobre todas as coisas, amarmos o próximo como nós amamos a nós mesmos. Isso também significa que devemos amar o próximo no mesmo nível que amarmos a nós mesmos, ou seja, nem mais, nem menos. Isso nos compromete com a frase de Jesus: "Que eles sejam um, como tu, ó Pai, e eu somos Um" (João 17).  

Para que isso seja realizado, é preciso que sigamos a Igreja, que rezemos diariamente e participemos dos Sacramentos, sobretudo da Santa Missa e da Confissão periódica. 


Não é nada comum pai e mãe palmeirenses “roxos” levarem o filho a se matricular na escolinha de futebol do Corinthians! Aposto que você até riu ao imaginar a cena. Da mesma forma, pais que não acreditam ser possível essa fraternidade não estão sendo sinceros ao levarem o filho a se engajar, pelo batismo, nesse mundo de fraternidade em que eles próprios não acreditam! 

Ou seja, não adianta nada levar o filho para ser batizado se não cumprirmos o que Deus nos mandou e que nos é transmitido pela comunidade eclesial a que pertencemos. Muitos pais levam os filhos a serem batizados mas não aparecem mais na igreja e não educam seus filhos na oração e numa vida santa, porque muitas vezes nem eles procuram seguir uma vida santa. 

À medida em que eu batizo o meu filho e começo a participar da comunidade católica, e também vou me habituando a caminhar na santidade. Vou percebendo as maravilhas do amor de Deus e como é compensador viver na Graça de Deus, ou seja, sem pecado. Aí o meu filho vai crescer num ambiente propício para que se torne um adulto santo e útil para a sociedade. Eu vou tirar de vez da minha vida a frase: "faça o que eu mando mas não faça o que eu faço".


2° DEUS NOS AMA COM OU SEM BATISMO 

Não devo levar o meu filho ao batismo apenas com a mentalidade de que se eu não fizer isso ele vai viver doente ou "não ter sorte na vida". Deus ama a todos, sem nenhuma exceção. Jesus foi criticado pelos fariseus quando foi almoçar com Mateus e seus colegas da coletoria de impostos, que eram considerados pecadores pelos demais judeus. Quando levo meu filho para ser batizado apenas o estou entregando para que Deus possa transmitir a ele todas as graças que lhe está preparando. Pelo batismo nós nos tornamos filhos adotivos de Deus e podemos nos conectar com o canal infinito de graças que Deus tem para nos dar. 

Eu o aconselho a procurar se inteirar da fé cristã católica antes de batizar o seu filho. Comece, por exemplo, rezando aos poucos, se ainda não o faz. Comece com dez minutos por dia e vá aumentando um minuto por semana. Em um ano você estará rezando uma hora. Veja neste blog as lições de doutrina católica que temos e os artigos para melhorarmos nosso relacionamento com Deus! Precisamos conhecer melhor como funciona a Igreja Católica antes de colocarmos nela o nosso filho! 

O batismo não existe para curar o seu filho de doenças infantis ou coisas desse tipo. Ele faz com que a criança seja colocada no Povo de Deus e passe a receber, isso sim, todas as graças necessárias para viver bem, de acordo com o que Deus lhe preparou. Se todos nos ajudarmos, vamos vencer as doenças e os problemas com facilidade. Essa é a proposta de Jesus quando prega sobre o amor e a comunidade. Em João 10, 10, Jesus diz que veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância. 

O Batismo nos leva a amar. Se amarmos, Deus também vai poder realizar maravilhas em nós. Se perdoarmos, como dizemos no Pai-Nosso, Ele vai poder também nos perdoar, como diz os últimos versículos de Miqueias: vou jogar no mais fundo do mar os seus pecados, ou seja, vou perdoar você de tudo o que você fez de errado. 

A partilha dos bens faz parte de quem é cristão. Não podemos ser cristãos de verdade e pães-duros ao mesmo tempo. Precisamos confiar na misericórdia divina, na Providência divina, ou seja, que se lhe pedirmos, ele não vai nos "deixar na mão". 

Os capítulos 5, 6 e 7 de São Mateus nos diz o que devemos fazer para agradar a Deus e receber dele as graças de que precisamos. Leia sobre o Sermão da Montanha neste blog. 


3° OS PADRINHOS NÃO SÃO ENFEITES. 

A primeira função dos padrinhos é serem testemunhas de que o batismo aconteceu, ou seja, que aquele menino ou menina foi realmente batizado (a) e faz parte da Igreja Católica. 

O costume de serem dois vem, talvez, do costume judaico antigo de que o testemunho só era válido quando atestado por duas pessoas. Na Transfiguração do Tabor, por exemplo, havia duas testemunhas: Moisés e Elias. Na crucifixão, havia também duas, ou seja, os dois bandidos que morreram ao lado de Jesus. No Batismo de Jesus havia o Pai, cuja voz se ouviu, e o Espírito Santo, na forma de um pombo. E assim por diante. 

A segunda função dos padrinhos é garantir de que aquela criança vai ser educada na fé da Igreja Católica. Como temos a desejar nesse ponto! Os padrinhos são na maioria das vezes escolhidos apenas com o critério da amizade ou parentesco e pouco se olha se são ou não praticantes. Isso quando não acontece pior, que é escolher padrinhos amasiados ou participantes do Espiritismo ou outras seitas. Não tem nenhum sentido uma pessoa que não professe a fé católica ser testemunha de que alguém (a criança) vai ser educada na fé cristã. 

Não podemos escolher padrinhos com o intuito que se tornem nossos parentes. Temos que escolher pessoas que pratiquem o catolicismo, que sejam exemplos para os nossos filhos. Por esse motivo que muitos da Igreja estão se perguntando se vale a pena continuar a batizar crianças... Se não vão ser educados na comunidade, na fé católica, de que adianta ser batizados?

Antigamente a maioria das pessoas era católica e iam às missas, participavam das comunidades. As crianças cresciam num ambiente religioso. Atualmente... que desolação! Para se educar uma criança no amor, é preciso saber amar. Para educá-la na oração, é preciso saber rezar e praticar a oração. E assim por diante. Um dos problemas é que a nossa salvação eterna depende disso. 


4° A ÁGUA

“A água lava, lava, lava tudo! A água só não lava a língua dessa gente!” - dizia uma canção carnavalesca antiga. O símbolo da água é muito especial na liturgia e na vida diária:

- todos os seres vivos precisam de água para viver.

- a água não só conserva, mas gera a vida.

- a água promove a higiene, a purificação, a limpeza e, consequentemente, a saúde.

- nos textos bíblicos, a água simboliza a mudança de estado ou de condição, como a travessia do Mar Vermelho, no êxodo promovido por Moisés, ou no dilúvio universal do Gênesis 6.

- no NT vemos a cena das bodas de Caná da Galileia, em que Jesus transformou 600 litros de água em vinho: nossa natureza humana, simbolizada pela água, se revestindo do divino, representado pelo vinho. O vinho não surgiu do nada, mas da água.

-quando se mergulha a criança na água, ela “morre” para uma vida rançosa e quando o ministro a retira da água, ela “ressuscita” para uma vida nova de perdão, amor, misericórdia e alegria.

-quando eu vou à praia, gosto de ver o musgo nascido nas pedras, alimentado pela água salgada do mar.

O batismo perdoa todos os pecados, quando a pessoa já tem o uso da razão, e purifica, tanto adultos como crianças, do pecado original.

O pecado original é como um “defeito de fabricação”, com o qual todos nascem. O batismo é como uma reparação desse defeito de fabricação, e isso nos possibilita entrarmos no paraíso, se vivermos de acordo com os ensinamentos de Jesus.

Ninguém sabe exatamente como foi feito o pecado original, mas sabemos que foi uma revolta, uma desobediência grave a Deus. Como os anjos que se rebelaram e queriam o poder divino, os primeiros seres humanos, simbolizados em Adão e Eva, também quiseram ser deuses, ou seja, não quiseram a interferência de Deus em suas vidas.

Espere aí! Não parece que você “já viu esse filme”? Pois é! isso ocorre até hoje. O pecado nada mais é do que um ato de desobediência a Deus: achamos que podemos viver sem a sua ajuda e fazemos o que queremos. entretanto, nos esquecemos de que a única forma de sermos felizes é obedecermos a Deus!

Jesus, aceitando morrer na cruz, nos libertou das consequências do pecado original. Ele, homem e Deus, obedeceu ao Pai plenamente, e por essa obediência, não usou o poder divino que possuía para livrar-se da morte: enfrentou-a com coragem, e isso nos salvou. Pela água do batismo, ao mesmo tempo em que nos purificamos, passamos a usufruir dessa salvação que Jesus Cristo nos trouxe com sua vida, paixão e morte na cruz.


5° A CERIMÔNIA DO BATISMO.

O ministro do batismo (padre, diácono ou leigo), pergunta o nome da criança. Na bíblia, o nome significava o próprio ser e a missão da pessoa aqui no mundo.

Deus nos deu a vida, mas nós é que damos o nome, ou seja, nós é que somos responsáveis pelas pessoas que pusemos no mundo. É isso que nos diz o 2º capítulo do Gênesis, ao lembrar que foi Adão e não Deus quem deu o nome aos animais e a tudo o mais.

Você é, pois, totalmente responsável pela criança que colocou no mundo. Sua vida, sua felicidade, dependem muito do modo como você vai educá-la e criá-la.

O ministro impõe a mão na criança e unge seu peito com o óleo dos catecúmenos, símbolo da vida e que a criança recebeu de Deus, e pede que Ele a fortaleça para a luta diária contra o pecado. Essa unção antes do batismo é feita no peito, porque este é o lugar onde se encontra o coração, que é o símbolo do amor. A pessoa que está sendo batizada se torna, então, um catecúmeno, ou seja, está na lista dos que vão ser batizados. Nos adultos, essa espera pode durar até anos.

Um catecúmeno que morre, morre como uma pessoa batizada. Os pais e os padrinhos manifestam então o desejo do batismo daquela criança e ela é batizada em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

A vela representa a luz de Cristo, que a criança recebeu no batismo. Acendendo-a no círio pascal, que representa Jesus Cristo ressuscitado, ele quer mostrar que, pelo batismo, aquela criança recebeu a luz de Cristo, para iluminar as suas trevas.

Cabe aos pais e padrinhos ensinarem ao neo-batizado a separar e a discernir entre o claro e o escuro da vida. Se pedirmos sempre a luz, Jesus, ele faz com que a que já temos seja tirada “de debaixo da mesa e colocada no candeeiro, para que ilumine toda a casa”.

O Espírito Santo apareceu como fogo em Pentecostes, e a vela é como que a parte desse fogo, que ilumina a todos os batizados, com Sua força, que faz de nós o seu Santo templo.

A graça abundante que o batismo nos traz deve ser conservada e fortalecida com o amor, a misericórdia e a perseverança na obediência a Deus, na pessoa de Jesus Cristo, conservando-nos sob a tutela da Igreja, nossa mãe e mestra.

É o caminho livre, belo e florido, que nos conduz ao céu, embora às vezes tenhamos que passar também por alguns espinhos!

(As demais normas seguidas pela comunidade devem aqui serem explicadas aos pais e padrinhos, como por exemplo quem pode ou não ser batizado, se isso já não foi dito no início).

(Algumas ideias deste curso foram inspiradas no estudo “Conscientização e Comunhão, de Afonso M.L. Soares)

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