CAPÍTULO 03
LEIA O TEXTO EM BÍBLIA CATÓLICA 03
Mateus 3, 1-10: A pregação de João Batista
João Batista, homem que vivia uma vida austera (difícil, cheia de privações), começa a pregar no deserto, insistindo na conversão das pessoas.
Conversão, aqui, é uma palavra grega (metanoia) que mostra bem mais do que um simples arrependimento do que se fez errado no passado. Ela tem o sentido de mudança completa da própria vida, dos próprios pensamentos. É como nascer de novo: refazer os objetivos e os meios de nossa vida, daqui para frente.
Se é verdade o que o Pe. Sometti diz naquele seu livro; “Você é aquilo que pensa”, então, mudando nossos pensamentos, estaremos mudando todo o nosso modo de ser.
É muito difícil mudar nossas atitudes, nosso modo de agir. Mas é apenas uma questão de hábitos: deixamos hábitos nocivos, que estão prejudicando a nossa vida e a de outras pessoas, e adquirimos hábitos e atitudes bons, que possam nos conduzir a uma vida melhor, mais de acordo com a vontade divina.
Deus nos projetou e nos criou: seguindo o que Ele quer para nós, seremos felizes, pois estaremos vivendo de acordo com o sábio projeto dele. Viver em pecado é viver de modo contrário ao que Deus projetou para a nossa vida. Só Deus sabe quanto sofrimento às vezes temos que passar para aprendermos isso que acabei de dizer!
Mateus 3,11-12: O Batismo que João ministrava
O Batismo de e João era um batismo de conversão, de penitência, que podia ser repetido mais tarde, se a pessoa precisasse novamente recomeçar a vida. Ele aponta para um batismo novo, no “Espírito Santo e no fogo”, ou seja, feito de uma só vez, marcando a pessoa para sempre, como acontece com quem se queima.
Tudo o que não puder ser purificado pela água do batismo, será consumido pelo fogo. O batismo que Jesus inaugurou, faz com que o pecado seja apagado, que ele desapareça por completo, possibilitando, assim, a pessoa a recomeçar uma vida nova em pecado, fortalecida pelo Espírito Santo.
Mateus 3, 13-17: O Batismo de Jesus.
É muito bonita a narrativa do batismo de Jesus, por causa da manifestação da Santíssima Trindade. Vejo aí alguns pontos:
1- A unção de Jesus para a sua missão.
2- A garantia de que Jesus é Filho de Deus.
3- Deus está realmente conosco, a fim de nos dar a vida eterna.
4- Jesus, na verdade, não está sendo santificado pela água, mas, pelo contrário, é Ele quem está santificando a água, preparando, assim, o nosso batismo.
5- Uma pomba: Lembrando que a missão que Jesus iria iniciar nos levaria a uma “nova criação”, pelo fato dela ter aparecido na “segunda criação”, lá no Gênesis, depois do dilúvio.
Não gosto de simbolizar o Espírito Santo em forma de pomba. Prefiro o símbolo do fogo, que é um elemento menos material na aparência e, aliás, é como Ele se mostra em Pentecostes.
Eu comparo o Batismo de Jesus como o nosso sacramento da confissão, da penitência. O nosso atual batismo, na verdade, está mais fundamentado na circuncisão do que no batismo de Jesus. Veja a comparação:
1- Na circuncisão, a criança de oito dias era inserida, colocada, no povo de Deus. Ela começava a pertencer ao povo de Deus. É como no batismo!
2- Ela não expressava se queria ou não ser do povo de Deus. No nosso batismo, também não.
3- A circuncisão era uma marca feita para sempre, assim como o batismo.
4- A diferença está em que o batismo também pode ser dado às mulheres, o que não acontecia com a circuncisão, que só era feita nos homens.
O Batismo, diz S. Paulo, é a “Circuncisão do coração”, em que todo o pecado é cortado e jogado fora (Rom 2,29 etc).
Entretanto, o batismo de Jesus está aí colocado para mostrar que ele foi ungido pelo Espírito Santo para iniciar sua missão messiânica. Diz S. Pedro em Atos 10, 38:” Como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder, ele, que passou fazendo o bem e curando a todos aqueles que haviam caído no poder do diabo, porque Deus estava com ele.”
Nisso o Batismo de Jesus se assemelha ao nosso: tornamo-nos sacerdotes, profetas e reis, e somos enviados a proclamar o Evangelho a todos os povos.
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