sábado, 10 de março de 2012

CONSOLATA ANOS SESSENTA

 


31/12/2019 (revisto em 2024)

SEMINÁRIO MENOR

Ontem recebi pelo correio um livro escrito por um antigo colega de juventude com suas memórias de vida. Foi muito bom. Pediu-me que deixasse aqui registradas algumas lembranças daquele tempo. O seminário era dos Missionários da Consolata em São Manuel. 

Padres que ali atuavam: Pe. Natal Fachini, Pe. Dario Paterno, Pe. Vidal Moratelli, Pe. Dino, Pe. Genésio, Pe. Constâncio Dalbésio, Pe. Jordão Possamai, Pe. Antônio Putton, e vários outros, vários deles já falecidos. 

O Pe. Putton, e depois o Pe. Dario Paterno eram maestros do coral. Meu amigo fazia parte do coral. Foram a muitas cidades cantar a Santa Missa, naquele tempo em latim, inclusive no Rio de Janeiro e no sul do país. 


Viagem ao Rio, para cantar na paróquia do Pe. Marins, 09/07/1963. Na volta passaram por Aparecida, Basílica velha. 


Idem, no Rio. 


Clericatura de vários seminaristas, 08/12/1962.

Nesta 1ª foto vemos Francisco, Marino, clérigo Edmundo, Pe. Jordão, falecido em 28/03/ 2018.


Nesta 2ª foto: Félix, João Batista Forti (falecido), Elias Dell'Antonia, Durvalino (atualmente padre), Pe. Natal (falecido), Euclides Marchi, Francisco Tridapalli, Célio (atualmente padre), Oscar Bento Mariano (falecido), Pe. Alberto Agostini (então superior, também falecido), Valério Raiser, Antônio de Freitas, Luiz Carlos Pierini, Marino Schenem. É a frente da igreja do Seminário Sta. Teresinha de São Manoel.


Os mesmos da foto anterior, só que em posições diferentes. A foto foi tirada no jardim, em frente à grutinha de N. Sra. de Lourdes, onde cantavam o último cântico antes do repouso noturno. 


Segundo meu amigo, esse caminhão se chamava Ernesto. Saída para o sítio Guarantã, perto de Botucatu SP. Eles iam em todas as quintas-feiras. Aí podemos ver Antenor, Elias Dell'Antonia, Valério Raiser, João Batista Forti (falecido), Alírio, e o "famoso" Zeferino Pedro Maria Ranzolim, a que os colegas acrescentaram "Do Amor Divino", tão piedoso ele era. É o que está com o braço na porta do caminhão. 


Rio do Oeste, Santa Catarina, 1961 ou 1962.


O Seminário, Pe. Natal com o diretor espiritual da época e uma cena de teatro com o Valmir e outro seminarista. Veja que a parte saliente era a capela, que ficava bem ao centro do seminário. Os aposentos dos padres eram esses em primeiro plano, e o dos seminaristas, depois da capela.


Construção do seminário de Três Vendas, Erexim, RS, Expedito, o atual pe. Durvalino, e um churrasco, entre eles o Divo Girardi (falecido), o Pe. Vidal Moratelli (falecido). 


Na foto do chimarrão: o Divo Girardi (falecido), Pe. Natal (falecido), Carlos Tonello, Grossi, Germano (com o violão), o Públius (irmão do Pe. Isac Isaías Valle), o Pascoal e dois padres. Na foto de baixo, o Pe. Antônio Putton regendo o coral do seminário, na qual se vê em primeiro plano o atual Pe. Durvalino Condicelli, o Antenor, lá no fundo o Homero, à esquerda o Luiz Cadorim, o Antônio Carlos de Freitas. Na foto de baixo, o Diretor Espiritual de antes de 1962, o Homero (um seminarista que saiu do seminário durante o ano de 1962. Havia dois Homeros). 

Uma das missas que eles cantavam sempre, inclusive viajavam para cantá-la, era a Missa de Requiem, de Perosi. Você pode ouvi-la clicando neste link do You Tube: MISSA DE REQUIEM (ou veja no final aqui mesmo)

O Homero da foto do coral era muito amigo do Iukio, um japonês, e faziam ótima dupla. Eles puseram uma letra misturada de francês e latim (que não era nem uma nem outra língua) na música natalina Jingle Bells:

"Je pavisti quatro galinas in pullerum sum"!
(4 vezes)
"Homo homo sunt duplex faminti, je pavisti quatro galinas in pulerum sum..." (bis).


No sítio Guarantã, aonde os seminaristas iam trabalhar às quintas-feiras e nas férias. Da esquerda nossa para a direita: Pascoal, Lima, Francisco Tridapalli, os dois Grossis, o Marino Schenem. (com as laranjas), o Pedro Trombeli, o clérigo Domingos, assistente deles na época (1962/1963) e o Pe. Sabino (com as mãos para trás, faleceu de Covid em 2021). Lá na porta: Alírio, o João Batista Forti (falecido), Valério Raiser. Desses todos, o único que ficou padre é o Sabino. 


Julho 1963 no Cristo Redentor, no Rio. Podemos ver o Pe. Vidal, à esquerda, o Marino Schenem, o Expedito, o Pascoal, o clérigo assistente, Domingos. Lá no fundo o Pe. Natal. O padre Vidal faleceu em 2021.


O Dom Frei Henrique Golland Trindade fazendo alguma bênção. 


Pe. Jordão, à direita (faleceu em 28/03/2018), num acampamento de férias em Rio do Oeste, SC. No livro que meu amigo escreveu ele fala desses acampamentos que faziam. 


O Santuário Santa Teresinha visto do campo de futebol do seminário Foto de 1964


Na volta do Rio, em julho de 1963, no museu imperial de Petrópolis: Pe. Dario, dois seminaristas, o motorista, um funcionário do Museu. O relato dessa excursão ao Rio foi publicado no jornalzinho "Álere Flammam".  

Em São Manuel funcionavam os três anos do curso clássico. Eram muitas matérias. Meu amigo escritor descreveu como sentiu dificuldade nesses anos em seu livro: "O primeiro ano de seminário em São Manuel trouxe algumas dificuldades nos estudos. Havia muitas matérias, ou seja, todas as disciplinas do curso colegial, clássico e científico, além das matérias específicas de seminário, tais como latim e grego. Tínhamos aula e exercícios de latim todos os dias". 

A alimentação do seminário deixava muito a desejar, e no livro é comentado isso também. O livro não menciona, mas tinham que comer fubá importado dos Estados Unidos no projeto Aliança para o Progresso. Era doado e horrível. O leite também, em pó, era de lá, gosto esquisito.  Os seminaristas gostavam muito quando chegava o turno de cada um de servir as refeições no refeitório dos padres, pois tinham a felicidade de poder tomar um pouco do leite natural que os padres tomavam. O café deles também era mais forte. 

Havia muitas sessões de encenação de pequenas peças. Uma delas foi o "Irmão Bruno". A classe do 5º ano ganhou em primeiro lugar no setor "efeitos especiais", ao produzirem raios com arames e tubos de cerâmica, que quase eletrocutaram os que os manejavam. 

O autor do livro mencionado fala que certa vez eles roubaram um abacate da despensa e foi o melhor que ele já comeu. Nas festas juninas cada um recebia uma quantia de dinheiro de mentirinha para gastar em frutas e outras coisas que havia na festa. O padre Natal fazia isso para ensinar aos alunos o valor do dinheiro.  

A única sobremesa decente que havia uma ou duas vezes por ano era creme de abacate com bolo. 

Quanto ao futebol e ao vôlei, todos eram obrigados a jogar: um dia vôlei e no outro, futebol. Quem não sabia jogar nem um nem outro, podia substituir os jogos por uma caminhada ao redor da quadra, no tempo todo em que durasse o jogo.  

Não podiam nem beber água sem pedir ao clérigo assistente. 

Quanto aos banhos rápidos e frios, havia alguns espertinhos que iam tomar banho quente nos quartos vazios do lado dos padres, que tinham seus aposentos do outro lado da capela, que ficava no centro do seminário. Meu amigo não soube dizer como faziam isso. 


Ouça a Missa de Réquiem que os seminaristas cantavam nas igrejas, inclusive no Rio de Janeiro



Nenhum comentário:

Postar um comentário